RIO ? A empresa aérea United Airlines está no centro de uma polêmica sexista envolvendo o vestuário de passageiras. Neste domingo, uma funcionária da empresa barrou o embarque de duas garotas por que elas vestiam calças legging. Uma terceira menina também foi barrada, mas pôde embarcar no voo entre Denver e Minneapolis após aceitar trocar de roupa.
O episódio foi testemunhado pela ativista Shannon Watts, que publicou o ocorrido no Twitter, levantando grande polêmica nas redes sociais.
?Ela (a funcionária) está forçando as garotas a mudarem de roupa ou colocarem um vestido para cobrir a legging ou não poderão embarcar?, escreveu Shannon. ?Desde quando a United policia as roupas das mulheres??.
Em entrevista ao ?Guardian?, a ativista contou que a funcionária disse que ?não é ela quem faz as regras, apenas as segue?. Segundo Shannon, uma ?menina de 10 anos com uma legging cinza?, que ?parecia normal e apropriada? foi forçada a trocar de roupa antes de embarcar.
A empresa aérea ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso, mas, pelo Twitter, respondeu diretamente a Shannon:
?As passageiras dessa manhã eram usuárias do passe da United que não estavam de acordo com a nossa política de código de vestimenta para viagens com o benefício?, disse a companhia. ?No nosso contrato de transporte, regra 21, temos o direito de recusar o transporte de passageiros. Isso é deixado a critério dos agentes de portão?.
Os passes da United são concedidos a funcionários da empresa e seus parentes, que podem voar gratuitamente quando possível.
?Existe um código de vestimenta para viajantes com o passe, já que eles estão representando a United Airlines quando voam?, disse a empresa. ?Trajes casuais são permitidos, desde que pareçam elegantes e de bom gosto para o ambiente local?.
Para Shannon, o comportamento da companhia foi ?sexista e sexualiza as jovens garotas. Sem mencionar inconveniente para as famílias que foram envergonhadas?.
?O pai delas, que pôde embarcar sem nenhum problema, estava vestindo short?, disse Shannon.
Em entrevista ao ?Washington Post?, Jonathan Guerin, porta-voz da companhia, voltou a repetir que as garotas ?não estavam de acordo com a política de vestimenta para as viagens pelo benefício?. Segundo Guerin, as adolescentes barradas no voo da manhã concordaram em trocar de roupa e foram reacomodadas em outro voo.
? Nossos passageiros regulares não terão o embarque negado por que estão vestindo leggings ou calças de ioga ? disse Guerin. ? Mas quando voar como um viajante com passe, nós exigimos o cumprimento de regras, e essa é uma dessas regras.
Mas pelas redes sociais, personalidades criticaram a posição da empresa, e alguns propuseram um boicote. A atriz Patricia Arquette considerou a ação da United ?terrível? e rejeitou as explicações.
?Leggings são vestuário de negócios para crianças de 10 anos?, escreveu a atriz. ?O negócio delas é serem crianças?.
A modelo Chrissy Teigen disse já ter voado ?literalmente sem calças. Apenas com um top como vestido?. Sobre a política de vestimenta para passageiros com passe, ela disse não se importar. ?Se eu tenho um problema com uma companhia, paro de dar dinheiro a ela?.