BRUXELAS – Diante da forte rejeição sobre uma distribuição de imigrantes por cotas, a União Europeia deixou antever nesta segunda-feira que poderia descartar a adoção de medidas contra os países que se recusem a receber uma parte dos refugiados que chegam da Grécia e da Itália, se encontrar acomodação para um número suficiente dessas pessoas.
Os países da UE concordaram em setembro em realocar em setembro de 2017 um total de 160 mil refugiados procedentes da Grécia e Itália, e fixaram as cotas obrigatórias para cada nação.
Apesar de apenas cerca de 7 mil refugiados terem cumprido mais da metade do programa, a Comissão Europeia afirma que o ritmo se acelera e poderia alcançar a meta na data prevista.
A porta-voz da Comissão Europeia, Natasha Bertaud, disse que deveria ser possível a realocação de todos e esse é o aspecto importante em que deve ser concentrado.
A Comissão Europeia se reserva o direito de tomar medidas contra os países que não cumpram seus compromissos. Mas até a sexta-feira passada, Áustria, Dinamarca e Hungria não tinham aceitado nenhum refugiado. A Hungria inclusive convocou uma referendo para decidir se a UE deve impor as cotas, apesar de poucas pessoas terem participado da consulta.
Por sua vez, o presidente do partido de extrema direita Jobbik da Hungria, Gabor Vona, disse que apresentará uma proposta ao Parlamento para que se incluam cláusulas contra imigrantes na constituição.
Apesar de quase idênticas às emendas pretendidas pelo governo mas rejeitadas na semana passada pelo Parlamento, a proposta de Jobbik também proibiria os estrangeiros obter permissões de residência na Hungria em troca da compra de bônus estatais especiais de 300 mil euros.
As emendas constitucionais propostas inicialmente pelo primeiro-ministro húngaro Viktor Orban tinham como propósito fortalecer a postura do governo frente a qualquer futuro plano da União Europeia de realocar os que solicitassem asilo entre as 28 nações do bloco.