SÃO PAULO – Uma confusão impediu o início da sessão da CPI da Máfia da Merenda, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) na manhã desta quarta-feira. Alunos da rede pública, incluindo os muitos deles que passaram a noite acampados em frente ao prédio, foram impedidos pela Polícia Militar de acompanhar a sessão. Houve confusão e os agentes usaram spray de pimenta para conter os estudantes. Um deles foi detido após chutar um policial.
Segundo a assessoria da PM, dois policiais militares, um deles mulher, foram feridos pelos manifestantes.
O depoimento mais esperado é o do deputado estadual Fernando Capez (PSDB). Ele é suspeito de participação no escândalo de fraudes nos contratos de merenda entre prefeituras e o estado.
Ele foi citado por pessoas investigadas no esquema que prestaram depoimento à Polícia Civil como beneficiário do esquema que teria encarecido o valor de contratos entre o poder público e a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf).
Ele nega as acusações e afirma que a investigação sobre a máfia da merenda foi pedida por ele. A assessoria do deputado diz ainda que a investigação não faz qualquer citação do envolvimento do deputado com qualquer prefeitura. Tampouco fala na entrega de propina ao deputado, limitando-se a mencionar ex-assessores.
O caso mobiliza os alunos da rede pública de ensino em São Paulo, que vem fazendo diversas manifestações contra o escândalo e exigindo maior qualidade para as merendas escolares em São Paulo.