SÃO PAULO. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ouve nesta segunda-feira, em São Paulo, as testemunhas ligadas às gráficas que teriam prestado serviços à campanha de 2014 da chapa Dilma-Temer à presidência da República.
Os depoimentos de Rodrigo Zanardo, Rogério Zanardo, Carlos Cortegoso e Jonathan Gomes Bastos começaram a ser colhidos a partir das 10h, na sede da Justiça Eleitoral, no centro de São Paulo. Os três primeiros são donos da Rede Seg Gráfica, da VTPB Serviços Gráficos e da Focal Confecção e Comunicação, gráficas alvo da ação do TSE. Jonathan é motorista, já havia prestado depoimento mas foi convocado novamente.
Relatório da Polícia Federal enviado ao TSE informa que foram encontradas irregularidades em pagamentos realizados pela chapa Dilma-Temer a essas três gráficas na campanha eleitoral de 2014. A polícia afirma que há elementos que permitem concluir que parte dos valores oficialmente apresentados como pagamentos às gráficas ?não foi, de fato, direcionada a essa atividade?.
Segundo a PF, parte do dinheiro, declarado como verba de campanha, foi desviado para pessoas físicas e jurídicas ?em benefício próprio ou de terceiros?.
A ação no TSE é movida pelo PSDB, que pede para a chapa ser cassada. A ação não tem data para ser julgada. O processo corre em Brasília, em São Paulo estão sendo ouvidas as testemunhas. O relator do caso, o ministro Herman Benjamin será o primeiro a votar, entre os 7 ministros do TSE. Para a condenação, são necessários ao menos 4 votos favoráveis.
A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff nega as acusações e diz que todos os serviços contratados durante a campanha foram produzidos e entregues pelas gráficas. A defesa de Michel Temer afirma que o então candidato a vice-presidente e o PMDB não foram responsáveis pela contratação das gráficas investigadas no processo.
O PSDB, que protocolou a ação após a eleição de 2014, diz ter havido abuso de poder político e econômico na disputa.
A principal acusação é de que a campanha foi abastecida com dinheiro de propina desviado da Petrobras, suspeita negada pelas defesas de Dilma e Temer.