BRASÍLIA – Após jantarem com o presidente interino Michel Temer, os presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros (PMDB-AL) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), disseram que, embora não tenha sido definida uma pauta específica de votações, a prioridade inicial do governo e do Congresso será a agenda econômica. Renan citou projetos que já tramitam no Legislativo e que deverão ser votados, como a PEC que fixa limite de gastos para os governos federal e estaduais, a renegociação das dívidas dos estados e a Desvinculação das Receitas da União (DRU), que já foi aprovada na Câmara e agora falta ser apreciada pelo Senado. Segundo Maia, a ideia do encontro foi reafirmar a necessidade de pacificação e harmonia entre Câmara e Senado para tocar projetos de iniciativa do governo e das duas casas.
?Não definimos uma pauta específica. O importante é que vamos trabalhar juntos ? disse Maia.
Segundo ele, que foi eleito na semana passada para um mandato de sete meses, a Câmara não pode ficar parada enquanto o Brasil vive altas taxas de desemprego. Ele quer fazer sessões regulares e votar, mesmo durante as eleições municipais.
? O importante é que a gente possa produzir. Vivemos uma crise profunda. O que a gente não pode é deixar a Câmara parada. Vai ter semana que vamos conseguir trabalhar três dias, vai ter semana que vamos trabalhar dois dias ? afirmou.
Perguntado sobre a indicação do deputado Marx Beltrão (PMDB-AL) para o Ministério do Turismo, vago desde a saída de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Renan disse que o assunto não foi tratado no jantar, e negou que o tenha indicado.
? Eu não indiquei ninguém. As pessoas me atribuem um prestígio que eu não tenho. Não vou indicar ninguém para o governo enquanto for presidente do Senado. A independência dos poderes é incompatível com isso ? esquivou-se.
Além de Renan e Maia estiveram presentes no jantar no Palácio do Jaburu o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e o secretário- executivo do programa de parcerias de investimentos da Presidência, Moreira Franco.