Cotidiano

Temer criará liderança da maioria na Câmara para PMDB

BRASÍLIA – Para acomodar a bancada do PMDB no núcleo central do governo, o presidente Michel Temer deverá criar o cargo de líder da maioria na Câmara. A ideia em análise pelo Palácio do Planalto busca resolver três questões em uma. A primeira delas, é manter André Moura (PSC-SE) na liderança do governo na Câmara, evitando atritos com o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB), de quem o parlamentar é afilhado político.

O nome mais cotado pelo governo para a Liderança da Maioria é do deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES).

O presidente Michel Temer também quer definir o novo ministro da Justiça sem imposições da bancada, mas garantindo aos deputados de seu partido um espaço maior nas decisões. O nome mais forte hoje para a pasta é do advogado Antonio Mariz que, apesar de ter apoio da bancada, não é uma indicação dos deputados.

A terceira questão busca atender à principal queixa da bancada peemedebista da Câmara, que é de estar fora do núcleo decisório formado pela cúpula do Planalto, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e os líderes do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), e na Câmara, André Moura. A reclamação que tem chegado ao gabinete presidencial é que nenhum dos integrantes deste grupo representa os deputados do partido de Temer.

Há, no entanto, dentro PMDB e de partidos da base de Temer, especialmente no DEM, movimentos para que Moura saia da liderança. Rodrigo Maia, reeleito presidente da Câmara na semana passada, trabalha por sua saída, com quem não tem uma boa relação. Com a criação da liderança da maioria, deputados defendem um nome de outro partido aliado para a vaga, como, por exemplo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). A avaliação do Planalto, porém, é de que o PP está com um bom tamanho no governo, ocupando os ministério da Saúde e da Agricultura, dos dois maiores orçamentos da Esplanada.

Apesar de não ser usual os governos terem um líder da maioria, o regimento interno da Câmara em seu 13° artigo trata desta possibilidade. A vaga passaria a existir quando um governo tem mais da metade dos 513 votos dos deputados em termos de partidos aliados, ou seja, 257 votos. Caberia ao maior partido aliado, no caso, o PMDB, a indicação deste líder.

Consultados, técnicos da Câmara não lembram de governos recentes terem usado este cargo.