BRASÍLIA ? Com a escolha de Aloysio Nunes (PSDB-SP) para o cargo de ministro das Relações Exteriores, o presidente Michel Temer terá de nomear um novo líder do governo no Senado, cargo até então ocupado pelo tucano. Na quinta-feira, Temer ouviu senadores da base aliada para tentar chegar a um nome de consenso.
A primeira opção cogitada, mas descartada durante a tarde de quinta-feira, foi o atual líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), que também é presidente do PMDB. Em conversa com Temer na quinta-feira, o próprio Jucá, que exerceu o mesmo papel nos governos Lula e Dilma, se mostrou resistente em mudar de posição, segundo relatos de aliados.
Auxiliares de Temer dizem que a palavra do PSDB terá peso na escolha, já que o posto era ocupado por um senador do partido. Mas, a vaga pode migrar para outra legenda aliada. Alguns tucanos passaram a defender que a liderança do governo seja usada para ?valorizar? o DEM, partido de médio porte no Congresso, mas que faz dobradinha política com o PSDB. Nesse cenário, o nome do presidente do DEM, senador José Agripino (RN), tem sido citado como possibilidade para o cargo.
? O PMDB já tem a Presidência do Senado. Talvez fosse hora de ceder a liderança do governo para outro partido aliado. Ao Agripino, por exemplo, que é um craque, conversa com todo mundo ? afirmou um tucano da cúpula.
Outra saída que chegou a circular foi o direcionamento do cargo para um representante do centrão, para compensar o grupo pela perda da liderança do governo na Câmara. Até quinta-feira, no entanto, os líderes do centrão não haviam sido procurados por interlocutores do Palácio do Planalto para tratar o tema.