O celular vibrando ao receber uma chamada, a máquina de lavar em pleno uso e o ar-condicionado refrescando o ambiente. Esses diferentes aparelhos têm em comum um invento do século 19, o motor elétrico. Absolutamente incorporado ao nosso cotidiano, a ponto de não nos darmos conta da existência dele, esse dispositivo é um exemplo de como uma tecnologia eficiente e de sucesso deve ser: praticamente transparente.
Esse princípio da boa tecnologia também fica evidente na atual era dos ambientes digitais. Hoje, qualquer um toca na tela do celular e chama um táxi em poucos segundos, sem ter a menor ideia de que está desfrutando de dezenas de satélites de localização orbitando nosso planeta, que informam suas posições a cada momento e se comunicam com antenas espalhadas pela cidade, levando sinal digital ao smartphone. A tecnologia pode parecer complexa, mas seu uso simples traduz uma grande competência: facilitar a vida das pessoas e expandir possibilidades.
Vitor Leal, diretor de tecnologia do Ingresse.com, plataforma online para criação de eventos e venda de ingressos, diz que aplicativos de uso simples, intuitivo e de fácil assimilação farão cada vez mais parte do nosso cotidiano.
Segundo Leal, o objetivo de proporcionar a máxima funcionalidade ao usuário vai nortear essa evolução. Aliás, o caráter funcional deste momento da tecnologia contrasta com a ideia de futuro de algumas décadas atrás. Basta lembrar o desenho animado dos anos 60 ?Os Jetsons?, que mostrava carros voadores e robôs substituindo os humanos em quase todas as tarefas. Ao mesmo tempo que provocava fascínio, essa visão da modernidade evidenciava um receio em relação à tecnologia ? seríamos então atores passivos de um mundo automatizado?
Somos protagonistas. Os avanços trazidos pela ciência nos últimos anos se integram de maneira sutil e prática à vida das pessoas. A tecnologia está próxima, ao alcance das mãos, e não assusta nem um pouco. Exemplos não faltam, como a facilidade de usar o celular para pagar uma conta ou para achar o trajeto mais rápido até o trabalho. Da mesma forma, os aplicativos podem servir tanto para ajudar uma mãe a controlar o horário de amamentação do filho quanto para auxiliar um esportista a monitorar o seu desempenho. Ainda sobre o maravilhoso mundo dos apps, outra característica marcante é o aperfeiçoamento constante de suas funcionalidades, proporcionado pela experiência e resposta das pessoas. Assim, os aplicativos incorporam a cada atualização as necessidades dos usuários, gerando me lhor usabilidade e se adequando ao seu público.
Mantendo a ideia de proporcionar a maior praticidade possível, os melhores aplicativos do mercado deixaram para trás aquele tempo em que ocupavam muito espaço na memória e devoravam a bateria do celular. Além de intuitivos e amigáveis, os apps mais avançados de hoje consomem pouca memória.
A terceira onda vem aí O futuro nos reserva surpresas ainda maiores em termos de usabilidade fácil e integrada ao cotidiano, especialmente por conta da chamada Internet das Coisas, ou simplesmente IoT, a partir do termo original em inglês ?Internet of Things?. Essas ?coisas? serão basicamente sensores em rede.
? Será a terceira grande onda no setor de conectividade ? aponta Eduardo Iha, especia lista em IoT e diretor de negócios da WND, operadora Sigfox no Brasil e na América Latina. ? A primeira onda foi a internet fixa em nossos lares e empresas. A segunda, a internet móvel, em nossos smartphones e tablets. E a terceira é a Mobile IoT, tecnologia baseada em uma rede de rádio dedicada, confiável e segura para conectar as coisas. Com a chegada dessa terceira onda, o especialista projeta um futuro tecnológico ainda mais focado em produzir soluções para as necessidades cotidianas das pessoas. E elas serão democráticas, de baixo custo.
? Pense em adesivos sensores para crianças, capazes de avisar remotamente aos pais se elas estão com febre. Ou em etiquetas para acompanhamento e contagem de cabeças de gado, ou mesmo em miniaparelhos para cuidado de idosos com doenças crônicas e que precisam ser monitorados e ter seus medicamentos controlados à distância ? prevê Iha.
A tecnologia está em todos os lugares, e cada vez mais fará parte de nossas vidas. Uma vez eficiente e pertinente, nem vamos percebê-la, o que não nos impedirá de questionarmos como vivíamos sem isso.
DESIGN THINKING
O design thinking, aplicado a qualquer segmento, desconecta o processo criativo do âmbito puramente artístico, atrelando-o a um cenário eminentemente funcional. A solução ? seja um aplicativo, um produto ou um serviço ? não tem que parecer bonitinha, nem ser cheia de funções de pouco uso. Ela tem que ir direto ao ponto e funcionar do jeito que o usuário necessita.
No caso do desenvolvimento de aplicativos ou de novas soluções baseadas em tecnologia, quando se faz antes um levantamento minucioso das verdadeiras necessidades do usuário, o resultado tem maiores chances de ser positivo.
O centro das atenções deve ser sempre a tão falada experiência do usuário, conhecida pela abreviação em inglês UX (User Experience). Se ela é bem desenvolvida, o uso do app é fácil e o usuário chega rapidamente ao que procura quando navega por ele.