RIO ? Substituto do deputado cassado Eduardo Cunha na Câmara, Marquinho Mendes (PMDB) foi o candidato a prefeito mais votado na cidade de Cabo Frio (RJ), na Região dos Lagos, mas corre o sério risco de não assumir o cargo, graças à Lei da Ficha Limpa. Em agosto deste ano, a Câmara dos Vereadores do município, seguindo um entendimento do Tribunal de Contas do Estado (TCE), reprovou as contas de 2012 de Marquinho. Ele já esteve à frente do Executivo por duas gestões.
O candidato do PMDB teve 44.161 votos, quase o dobro do segundo colocado, Dr. Adriano (REDE), com 23.287. Pelo que consta no processo eleitoral, Marquinho argumenta que a decisão da Câmara que rejeitou as suas contas não seria válida porque uma decisão judicial teria determinado a interrupção do processo de análise no Legislativo. Em primeira instância, o TRE-RJ já rejeitou a defesa. O recurso agora segue para a análise do colegiado, mas já há um parecer do Ministério Público Eleitoral desfavorável ao peemedebista.
Procurado pelo GLOBO através de sua assessoria de imprensa, Marquinho Mendes não se manifestou. Dr. Adriano, que, além de candidato, é vereador e participou da votação que rejeitou as contas de Marquinho, disse que todo o processo na Câmara foi legal:
? A prefeitura feriu a Lei de Responsabilidade Fiscal em diversos aspectos. A decisão judicial a que Marquinho se refere não impedia a Câmara de analisar as suas contas, referia-se apenas ao relatório do TCE.
Dr. Adriano acrescenta que o clima na cidade é de instabilidade:
? Um candidato indeferido que vai até o fim da eleição, passa por todo o processo eleitoral, traz uma insegurança. Mas a gente acredita que a Justiça vai ser feita.
Nas redes sociais, Marquinho chegou a comemorar a vitória. Ele também seguiu com sua agenda de deputado e até posou com o presidente Michel Temer e a primeira-dama Marcela durante um evento na semana passada.