WASHINGTON ? O serviço secreto dos Estados Unidos questionou o republicano Donald Trump pelos seus comentários de terça-feira, disse uma autoridade à rede CNN. Em um ato de campanha, o candidato sugeriu que os donos de armas poderiam deter a sua rival democrata, Hillary Clinton. A declaração gerou uma série de críticas de políticos e internautas por incitar a violência nos EUA.
? Houve mais de uma conversa (sobre isso) ? afirmou a autoridade ao canal americano.
Em resposta, a campanha de Donald Trump negou que o magnata estivesse estimulando atos violentos contra a democrata. Na terça-feira, seus assessores disseram que o candidato apenas tinha se referido ao donos de armas como uma importante força eleitoral.
? Hillary quer, essencialmente, abolir a Segunda Emenda ? disse o republicano durante um comício em alusão à cláusula da Constituição americana que resguarda o direito dos americanos de portar armas. ? Se ela escolher seus juízes, vocês não poderão fazer nada, gente. Embora as pessoas da Segunda Emenda talvez possam fazer, eu não sei.
As declarações foram rapidamente alvo de repúdio por líderes políticos e internautas. Dentre eles, esteve o representante democrata David Cicilline, que reproduziu em tom crítico as imagens da fala de Trump.
“Neste trecho, Trump está ou convocando uma revolta armada ou o assassinato de sua adversária. Desprezível”, escreveu Cicilline em seu Twitter.
O gerente da campanha de Hillary, Robby Mook, criticou Trump por usar um linguajar perigoso.Trump tem atacado reiteradamente sua oponente, a quem acusa de querer abolir o direito dos americanos de portar armas.
? Uma pessoa que quer ser presidente dos Estados Unidos não deveria sugerir violência de forma alguma ? disse Mook.
Hillary tem reforçado que deseja impor limites mais estritos à venda de armas para evitar o seu acesso por criminosos, pessoas com distúrbios mentais ou aqueles que constam de listas de suspeitos de terrorismo. Este é um já antigo debate no país que divide o espectro político americano.