Cotidiano

Sem nova proposta, greve dos bancários chega ao 9º dia

A semana começou com filas nos locais alternativos de atendimento

Foz do Iguaçu – A greve dos bancários, que completa hoje nove dias, já tem causado alguns transtornos nos canais alternativos de atendimento, que praticamente dobraram o número de operações. A paralisação, que não tem data para ser encerrada, está gerando grandes filas.

“É um movimento bem organizado. Por enquanto, consigo fazer tudo o que preciso somente pelos caixas eletrônicos, mas realmente as filas estão grandes”, relata o representante comercial Carlos Venâncio Duarte.

As maiores concentrações estão nas casas lotéricas e agências credenciadas. Nesses locais, o cliente consegue pagar contas, fazer saques e acessar saldos bancários. Outra alternativa é realizar operações pela internet banking, pelo computador ou celular.

“Como sempre tem alguma coisa para fazer ou pagar no banco, já uso há algum tempo essas ferramentas, o que ajuda muito durante a greve”, comenta a empresária Lourdes Krefati.

Conforme o Sindicato dos Bancários de Foz do Iguaçu e Região, a perspectiva é de que 100% das agências interrompam as atividades entre os nove municípios de abrangência da entidade. Sem a apresentação de nenhuma proposta patronal, a categoria mantém fechadas 56 agências. Apenas uma ainda seguia com os serviços ontem (13).

O mesmo ocorre entre as cidades pertencentes ao Sindicato dos Bancários de Cascavel. Ao todo, 63 agências distribuídas entre Cascavel, Ubiratã, Corbélia, Santa Tereza do Oeste e Céu Azul aderiram à paralisação. Segundo o presidente Gladir Basso, não se sabe ainda quando a greve será encerrada, já que desde o início das paralisações nacionais não houve deliberação de uma nova proposta.

“O que pedimos é a reabertura das negociações e enquanto isso não acontecer, a greve será mantida. O Comando Nacional de Greve aguarda o chamamento para uma reunião em São Paulo para debatermos as reivindicações, mas até o momento não há nada marcado”, diz Gladir.

Única proposta

Uma das principais queixas dos bancários é em relação à proposta única dos bancos, oferta realizada antes de a greve ser iniciada. O reajuste de 5,5% oferecido não foi aceito pela categoria, que pede pelo menos a correção da inflação, de 9,88% e 5,7% de aumento real. Além disso, há a necessidade de novas contratações para que os acúmulos de função registrados hoje nos locais de trabalho deixem de ocorrer.

Os bancários reivindicam ainda maior participação nos lucros, que conforme levantamento do último semestre, chegou a mais de R$ 36 milhões entre as cinco principais agências bancárias do País.

A pauta de reivindicações geral da categoria é nacional e foi aprovada em agosto, válida para todos os bancários do Brasil.