Brasília – A nova secretária de Políticas para Mulheres,
Fátima Pelaes, que foi deputada federal por cinco mandatos e desde 2011 preside
o PMDB Mulher, tem um perfil diferente das antecessoras que ocuparam o cargo nos
13 anos de governo do PT. Religiosa ? é evangélica ? e com uma posição menos
liberal sobre assuntos polêmicos como o aborto ? ela já declarou ser contrária
até mesmo em caso de estupro ?, Fátima afirmou, em entrevista ao GLOBO, que é
preciso respeitar posições diferentes. Em nota divulgada ontem, ela defendeu que
vítima de abuso sexual, ?que optar pela interrupção da gravidez deve ter total
apoio do estado?, direito que já é garantido por lei.
Para a secretária, sua posição sobre a descriminalização do aborto ?não afeta
o debate de qualquer questão? frente à secretaria. Estupro – 01/06
? Quando se respeita a posição do outro é mais fácil o
convívio dos contrários. Não somos obrigados a pensar igual ao outro, mas
obrigados a viver bem e nos respeitarmos. E ver no que podemos nos unir ? disse
Fátima Pelaes, na sua primeira entrevista como secretária da Mulher.
Ela disse ainda que o aborto é uma questão de saúde pública e fez uma crítica
ao governo de Dilma Rousseff:
? Aborto é questão de saúde pública. Não vamos perder esse foco. Acabamos de
ter uma presidente que pensava diferente e não avançou porque a maioria da
população não pensa assim.
Com sua indicação criticada por movimentos de mulheres,
Fátima diz que seus 25 anos na Câmara a credenciam para assumir a secretaria.
Mesmo com as críticas à gestão petista, Pelaes cita iniciativas que devem ter
continuidade, como o Disque 180, usado para denunciar violência contra a mulher,
e a Casa da Mulher Brasileira, que atende quem está vulnerável.
Para a secretária, o estupro da jovem de 16 anos no Rio
foi ?uma barbárie?. Em 2010, Fátima revelou na Câmara que sua mãe foi vítima de
estupro e engravidou. A secretária nasceu dessa gestação e nunca conheceu seu
pai.
Fátima Pelaes é formada em sociologia pela Universidade Federal do Pará. Como
deputada, foi autora do projeto que garante amamentação às presidiárias e prevê
licença maternidade às mães adotivas.
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