BRASÍLIA – Em uma reunião com membros da comissão da reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, voltou a defender que o texto do governo seja votado sem alterações. Na avaliação dele, caso o projeto seja ?dilapidado, os efeitos da reforma serão inócuos?. Sobre a polêmica da igualdade de idade para homens e mulheres se aposentarem, Maia disse que as mulheres têm um pleito histórico de não serem tratadas como ?apêndice dos homens?.
? As mulheres têm um pleito histórico de um equilíbrio na relação de gênero em todos os temas da sociedade, também na idade mínima. Acho que quando você quer caminhar para esse equilíbrio, tem que ser equilíbrio pra tudo. Há um pleito das mulheres de não serem tratadas como apêndice dos homens. O correto é que os homens e mulheres caminhem para ter a mesma idade para a aposentadoria ? disse.
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Mais uma vez, Maia afirmou que se o Brasil não resolver o déficit da Previdência agora ficará na mesma situação que Portugal enfrentou no passado recente, quando teve que suspender salários e aposentadorias. Desta vez, ele estendeu a comparação à Grécia, que até hoje sofre as consequências de uma grave crise econômica. Perguntado, disse que a volta de Eliseu Padilha (Casa Civil) ao governo, após uma licença médica, ?só vem a agregar?. Padilha foi acusado pelo advogado José Yunes, ex-assessor e amigo do presidente Michel Temer, de tê-lo feito de ?mula?, ao receber um envelope do doleiro Lúcio Funaro.
Maia minimizou o fato de o texto do governo, que consta de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), já contar com mais de 60 emendas, muitas delas apresentadas por partidos da base aliada.
? Se a gente for começar a dilapidar a reforma da Previdência, daqui a pouco os efeitos da reforma serão inócuos. Ninguém está aqui porque quer mudar o sistema. A gente precisa mudar o sistema porque senão daqui a cinco, seis anos não vai ter dinheiro. O desafio não é o número de emendas, é explicar para cada parlamentar o motivo de cada ponto da reforma ? opinou.
A reunião foi feita na residência oficial do presidente da Câmara e contou com a participação do presidente da comissão especial da reforma, Carlos Marun, do relator, Arthur Maia, do ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, do secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, e dos deputados Darcísio Perondi, Marcos Pestana, Júlio Lopes, Reinhold Stephanes, Thiago Peixoto e Lelo Coimbra, todos integrantes da comissão. De lá, alguns seguiram para o Palácio do Planalto para tratar sobre o mesmo tema com o ministro Padilha.