Cotidiano

'Se o mundo acabar, vamos fazer a trilha sonora', diz baterista do Bixiga 70

RIO ? Três meses depois de botar os cariocas para dançar no MIMO Festival, na Praça Paris, a big band paulistana Bixiga 70 volta ao Rio para se apresentar, nesta quinta-feira, no Circo Voador, como parte da programação do Festival Viver Bem ? o grupo carioca Noites do Norte (com participação da cantora Júlia Vargas) e o bloco Mulheres Rodadas completam a escalação.

Se o tal astrônomo russo que previu o choque de um asteroide contra a Terra ? mais um boato apocalíptico que viralizou nas redes sociais ? estiver certo, o evento coincidirá com o famigerado fim do mundo. Assim sendo, a banda de música afrobrasileira, um dos principais destaques da música instrumental do país, estará preparada.

? Se o mundo acabar mesmo, pelo menos vamos fazer a trilha sonora ? brinca o baterista Décio 7, que se diz ansioso para voltar a tocar no Circo Voador, “o templo da música do Rio”.

No show desta quinta, o Bixiga 70 voltará a receber o rapper BNegão para uma participação especial. Se no MIMO a dobradinha foi improvisada (“vimos o B na plateia e o convocamos para subir ao palco”, explica Décio), no Circo vai ser “para valer”.

? BNegão é um parceiro nosso de longa data, mas vai ser a primeira vez que faremos algo mais combinado com ele no Rio. Vamos repetir o repertório que apresentamos no mês passado, no aniversário de São Paulo, quando tocamos Sesc Campo Limpo. Temos vontade de gravar alguma coisa juntos ? revela o baterista.

DA TURNÊ PARA O ESTÚDIO

O Bixiga 70 ? formado ainda por Rômulo Nardes (percussão), Gustávo Cék (percussão), Marcelo Dworecki (baixo), Mauricio Fleury (teclado e guitarra), Cris Scabello (guitarra), Cuca Ferreira (saxofone), Douglas Antunes (trombone), Daniel Nogueira (saxofone) e Daniel Gralha (trompete) ? começou 2017 dando sequência à extensa turnê de “III” (2015), seu terceiro disco.

No ano passado, eles rodaram com o groove de seu afrobeat pelo mundo como nunca tinham feito antes. Foram cinco excursões internacionais, passando por países como Eslovênia, Holanda, Bélgica e Dinamarca. Na Inglaterra, tocaram em um dos maiores festivais de música do mundo: o Glastonbury.

? Ano passado, como um todo, foi muito marcante para nós. Foi o ano que mais viajamos, uma coisa muito intensa. Tocamos em grandes festivais, conhecemos novos palcos e isso trouxe uma experiência legal para a banda. Os festivais da Europa são muito diferentes dos que temos aqui. Lá eles têm uma cultura de festival mesmo. Foi muito importante darmos esse passo ? avalia Décio.

Cansaço? Nada disso. Depois de mais alguns compromissos já marcados, como a participação no carnaval de Recife como convidado da Nação Zumbi, o Bixiga 70 se prepara para entrar em estúdio em março, para criar, elaborar e gravar o sucessor de “III”.

Isso se o mundo não acabar nesta quinta-feira, claro.