BRASÍLIA – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi chamado pelo presidente interino, Michel Temer, para uma conversa no final da manhã desta terça-feira. Renan avisou que se encontrará amanhã com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, para definir as regras do julgamento final da presidente Dilma Rousseff, marcado para começar dia 25. Renan sempre defendeu que o julgamento siga no final de semana, mas Lewandowski é contra. O presidente do Senado disse que o encontro desta quarta-feira será justamente para definir isso, mas defendeu que seja uma decisão “colegiada” e não apenas do presidente do Supremo, que é o presidente do processo de impeachment.
– Acho que essa decisão (sobre trabalhar no final de semana) vai ser tomada amanhã, mas é importante que ela seja tomada, para um lado e para o outro, com a participação de todos – disse Renan, acrescentando
– Uma coisa é você fazer numa sexta-feira, num sábado, numa segunda uma sessão de julgamento de afastamento de uma presidente da República. Outra coisa completamente diferente é estabelecer outros procedimentos como oitivas de testemunhas, discussão, participação da defesa e da acusação.
O encontro será às 11h desta quarta-feira, com a participação dos líderes dos partidos no Senado. Lewandowski também fez uma reunião como essa antes da votação do chamado “juízo de pronúncia”, que ocorreu no dia 9, quando Dilma virou ré no processo.
– Aqui no Senado, vocês são testemunhas, combinamos os encaminhamentos com a participação de todos. Por isso nós vamos amanhã ter essa reunião para combinar um pouco o que vamos fazer. Não acho nada, sou produto do que as pessoas acham – disse Renan, sinalizando que defende a posição dos senadores, que são favoráveis a não interromper o julgamento.
Nos bastidores, Lewandowski já avisou que sua ideia é trabalhar dias 25 e 26, retomando o julgamento dia 29.
DRU
Com o presidente Temer, a pauta foi a votação da recriação da chamada DRU, mecanismo que permite ao governo remanejar 30% de suas receitas carimbadas. A proposta deve ser aprovada pelo plenário do Senado na sessão desta quarta-feira.