Medianeira – No mês em que os especialistas apostavam na recuperação dos empregos formais pela retomada da economia e do crescimento, as seis cidades da região analisadas pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego, fecharam 1.925 postos de trabalho formais. Isso é o que aponta o levantamento divulgado ontem e também revela o desempenho anual do mercado formal de trabalho.
O município com maior retração em dezembro foi o de Cascavel, com a perda de 1.101 empregos com carteira assinada. Apenas um dos segmentos teve mais contratações que demissões: serviços de utilidade pública, com duas novas efetivações. Os demais setores contabilizaram elevado índice de desligamentos, todos superando as admissões.
Os demais municípios do oeste seguiram nesse mesmo caminho. Nenhum deles entre os pesquisados – Assis Chateaubriand, Cascavel, Foz do Iguaçu, Marechal Cândido Rondon, Medianeira e Toledo – registrou mais contratação do que demissão.
Entre os motivos, segundo explica a supervisora da Agência do Trabalhador de Cascavel, Elisângela Ferreira Nietto, estão três fortes argumentações: a reforma trabalhista, que passou a vigorar em novembro de 2017, a crise política, que ainda traz muita instabilidade, inclusive no cenário econômico e com eleições à vista, e os desligamentos corriqueiros dos temporários. “Dezembro, por si só, é um mês com mais demissões. Há alguns casos dos desligamentos dos temporários, não só do comércio, mas de setores ligados à agricultura. Há ainda a reforma trabalhista, que fez com que, na construção civil, por exemplo, muitos empregados formais deixassem suas funções e passassem a ser prestadores de serviços [terceirizados] para as construtoras”, reforçou. Em todo o oeste, esse foi o terceiro setor que mais deixou desempregados com 456 desligamentos somente no mês passado.
Os que mais demitiram
Dentre os setores que mais demitiram em dezembro no oeste do Paraná estão os serviços, com a perda de 539 carteiras assinadas e a indústria da transformação, com 519.
Apesar de ter fechado o ano com esses dados nada animadores, a supervisora da Agência do Trabalhador de Cascavel, Elisângela Ferreira Nietto, reconhece que há o que se comemorar.
Segundo ela, no caso específico de Cascavel, a meta estipulada pelo Ministério do Trabalho para as contratações foi superada em 2017 e chegou a 102,3% de novas contratações a partir dos encaminhamentos feitos pela agência.
“Fechamos o ano passado com 4.197 contratações, em novembro foram 738 e em dezembro, 445. Em janeiro de 2018 o nosso dado parcial é de 200 efetivações e estamos com cerca de 230 vagas disponíveis. Há oportunidades e muitas vagas não são preenchidas porque os candidatos não possuem a qualificação exigida”, reforçou.
Mesmo com esse desempenho, dezembro de 2017 conseguiu ser menos ruim que dezembro de 2016, quando o País estava no auge da crise. Naquele mês as mesmas cidades da região haviam fechado 2.618 ocupações formais.
Acumulado do ano
Quando analisado o acumulado do ano, o resultado foi expressivo. Assis Chateaubriand, Cascavel, Foz do Iguaçu, Marechal Rondon, Medianeira e Toledo fecharam o ano com a criação total de 3.415 novos postos de trabalho formal.
Apesar de ser a cidade que mais demitiu mês passado, Cascavel ainda fechou como a vice-campeã na geração formal de postos de trabalho no acumulado de 2017, com 871 novas contratações. A maior contratante regional foi Medianeira, com 981 admissões. Toledo vem na sequência, com 689 novas efetivações.
Estado e País
O Paraná perdeu mês passado, segundo os dados do Caged, 25.003 postos de trabalho, A maioria deles (10.499) somente na indústria. No acumulado do ano, o Estado conseguiu gerar 12.127 novas ocupações com carteira assinada.
Quanto ao Brasil, mês passado foram fechados 328.539 postos formais. No acumulado do ano, deduzindo as demissões das contratações, o saldo ficou negativo em 20.832 postos com carteira assinada.