ISTAMBUL ? Istambul sediará neste domingo uma manifestação contra a recente tentativa de golpe na Turquia, que reunirá pela primeira vez os adversários e os simpatizantes do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, sob pressão por ter lançado um expurgo em massa no aparelho do Estado. A concentração será realizada sob forte esquema de segurança na icônica Praça Taksim. Turquia
Em outra demonstração de unidade após a tentativa de golpe, protagonizada por uma facção dentro das Forças Armadas, o chefe da Força Aérea da Turquia emitiu uma declaração rara sublinhando a ?obediência absoluta? ao chefe do Estado-Maior militar. Alguns membros da Força Aérea estavam envolvidos na rebelião militar.
O chefe do Estado-Maior, Hulusi Akar, que foi mantido refém na noite de 15 de julho, condenou neste domingo os envolvidos na tentativa de golpe, chamando-os de ?covardes de uniforme? que tinham amplamente prejudicado a nação e o Exército.
Erdogan, que escapou por pouco da captura e possível morte durante a tentativa de golpe, declarou estado de emergência, o que lhe permite assinar leis sem aprovação prévia do Parlamento, em um esforço para conter os apoiadores do golpe.
Os críticos de Erdogan temem que ele esteja usando a rebelião para travar uma repressão indiscriminada contra a dissidência. Autoridades turcas suspenderam, detiveram ou colocaram sob investigação mais de 60 mil soldados, policiais, juízes, professores, funcionários públicos e outros na semana passada.
O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, disse no sábado que em torno de 13 mil pessoas estão sob custódia, incluindo 8.831 soldados. Ele prometeu que eles teriam um julgamento justo.
A Anistia Internacional disse que tinha recebido provas credíveis de que detidos estão sendo submetidos a espancamentos e tortura, incluindo estupro, desde a tentativa de golpe.