BRASÍLIA – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recebeu na noite de quinta-feira, em Belo Horizonte, o Galo de Prata, uma homenagem da diretoria do Atlético mineiro a um dos torcedores mais famosos do clube. Desde o início da Operação Lava-Jato, esta foi uma das poucas vezes que Janot apareceu num evento não vinculado diretamente às investigações sobre corrupção na Petrobras ou sobre outros temas da agenda diária do Ministério Público Federal.
– Recebi o Galo de Prata. É a maior honraria do clube e do planeta – comemorou Janot, num momento de descontração.
A visita do procurador-geral à sede do Atlético e a informalidade da declaração contrastam com a vida reservada que o procurador-geral vinha levando em Brasília até recentemente. Desde o início do ano passado, quando começou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito contra deputados, senadores, ministros e outras influentes autoridades supostamente envolvidas com desvios de dinheiro da Petrobras, Janot se auto-impôs um exílio.
Desde então, a rotina do procurador se resumia ao circuito casa-trabalho-casa. Janot deixou de sair com amigos e até reduziu a frequência em restaurantes. Um pouco por recomendação da equipe de segurança também.