WASHINGTON ? Em visita aos Estados Unidos, a primeira-ministra britânica, Theresa May, disse acreditar que poderia estabelecer uma forte relação pessoal com Donald Trump, argumentando que, ?às vezes, os opostos se atraem?. May se reúne nesta sexta-feira com Trump, a quem advertiu para ter cuidado com o presidente russo, Vladimir Putin.
Na véspera de uma tão esperada visita ao Salão Oval, a primeira-ministra aproveitou um discurso a líderes republicanos na Filadélfia para prometer que os dois países ?têm uma responsabilidade conjunta para liderar?, mas não como fizeram antes.
May argumentou que uma nova ?relação especial? não seria nada como a que existiu entre os ex-líderes Tony Blair e George W. Bush, que resultou na invasão do Iraque e do Afeganistão.
? Os dias do Reino Unido e dos Estados Unidos que intervieram em países soberanos numa tentativa de refazer o mundo à nossa própria imagem estão decisivamente no fim.
May aconselhou ao novo governo americano a ter cuidado com Putin:
? Quando falamos de Rússia, é sábio tomar o exemplo do presidente (Ronald) Reagan que, durante as negociações com seu homólogo russo, Mikhail Gorbachov, tinha o costume de seguir o refrão: ‘confie, mas verifique’. Com o presidente Putin, o meu conselho é: cooperem, mas tenham cuidado ? declarou May.
May destacou a importância das instituições internacionais, como as Nações Unidas e a Otan, criticadas por Trump em várias oportunidades.
“As Nações Unidas precisam ser reformadas, mas ainda são vitais”, em particular na luta contra o terrorismo e a mudança climática, afirmou May, que também defendeu o papel do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional e da Otan, “pedra angular da defesa do Ocidente”.
May, que chegou ao poder após os britânicos votarem pela saída da União Europeia (Brexit), será nesta sexta-feira a primeira dirigente estrangeira a ser recebida por Trump como presidente dos EUA.