BRASÍLIA – Para minimizar os ruídos em torno da reforma da Previdência, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) se reuniram nesta segunda-feira com líderes do governo na Câmara e técnicos da área econômica e pediram um discurso unificado sobre o projeto que tramita no Congresso. O secretário da Previdência, Marcelo Caetano, também participou do encontro.
Segundo relatos de presentes, tanto Padilha quanto Imbassahy pediram que os deputados afinem o discurso para respaldar a tropa que articula a aprovação da PEC da Previdência em abril. A avaliação feita é que as falas críticas em relação ao texto original da proposta dificultam o andamento da matéria e ?jogam contra? o governo.
previdencia13-03Nas últimas semanas, o relator da proposta na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), admitiu que o texto não será aprovado da forma como foi enviado pelo governo, o que também se comenta nos bastidores do Palácio do Planalto. Outra fala crítica foi a do deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), líder da maioria na Câmara, que também já declarou apoio a várias das emendas apresentadas por parlamentares propondo mudanças na proposta. Por isso, os ministros pediram que os parlamentares ouçam mais e falem menos nesse momento de esclarecimento dos pontos da matéria.
? A ordem foi unificar o discurso, os ministros disseram que é hora de ouvir, não de falar. Não pode ter parlamentar falando o que quer, como o Lelo que disse que concordava com emendas… Ele pode até pensar, mas não pode dizer. Quem precisou entendeu o recado ? disse ao GLOBO um participante da reunião.
Líderes do governo levaram aos ministros e à área econômica questionamentos dos deputados e afirmaram que esse é o momento de esclarecer dúvidas. Apesar da quantidade de emendas apresentadas que alteram pontos importantes do projeto, inclusive por integrantes da base, os deputados admitiram que não é possível repreender esses parlamentares. Argumentaram que a melhor forma é rebater esses deputados com informações claras.
? Não podemos repreender um deputado que apresentou uma emenda. Ele faz isso porque tem uma informação sobre o efeito da legislação, mas às vezes a Fazenda diz outra coisa. Com mais conversa vamos ter uma posição mais cristalina do que realmente será ? afirmou outro integrante do grupo.
A reunião continuará na manhã desta terça-feira, no Palácio do Planalto, e será novamente coordenada pelo ministro Eliseu Padilha. Desta vez, o relator da proposta, Arthur Maia, também estará presente.