Os preços das commodities, produtos primários com cotação internacional, iniciaram o ano em alta. O Índice de Commodities Brasil (IC-Br), calculado mensalmente pelo Banco Central (BC), registrou alta 0,92% em janeiro comparado a dezembro. Em 12 meses, a alta é de 3,61%.
O IC-Br é calculado com base na variação em reais dos preços de produtos primários (commodities) brasileiros negociados no exterior.
Em dezembro, o segmento de energia (petróleo, gás natural e carvão) subiu 3,59%, enquanto o de metais (alumínio, minério de ferro, cobre, estanho, zinco, chumbo, níquel, ouro e prata) teve alta de 3,3%.
O segmento agropecuário (carne de boi, algodão, óleo de soja, trigo, açúcar, milho, café, arroz, carne de porco, cacau e suco de laranja) registrou queda de 0,65%, no mês.
O índice internacional de preços de commodities CRB, calculado pelo Commodity Research Bureau, registrou queda de 0,49% no mês passado.
Em dezembro, no Relatório de Inflação, o BC anunciou a revisão da metodologia do IB-Br. Entre as mudanças, está a definição de ponderação associada ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “A definição da ponderação associada ao IPCA não é trivial, dado que as commodities são, em grande parte, insumos primários para a produção dos bens e serviços da cesta de consumo”, disse o BC, no relatório.
Houve também inclusão de novas commodities nos segmentos agropecuário e metálico: cacau, suco de laranja, ouro e prata. Houve também aumento do peso relativo do petróleo nos meses mais recentes, “em consonância com a nova política de preços adotada pela Petrobras”.
O BC lembrou que em outubro de 2016 a Petrobras alterou sua política de preços, estabelecendo revisões mensais dos preços da gasolina e do diesel, referenciadas na paridade com o mercado internacional. Em junho de 2017, os preços do gás residencial também passaram a ser revisados mensalmente e no mês seguinte a empresa anunciou que poderia promover revisões diárias nos preços da gasolina e do diesel. Em dezembro, a Petrobras anunciou que vai rever sua política de preços do gás, que, no entanto, continuará referenciada nos preços do mercado internacional.
No relatório, o BC destacou que “a influência das commodities sobre a inflação brasileira não se restringe à elevação do custo de produção, uma vez que flutuações nos preços desses produtos tendem a alterar os termos de troca [relação entre preços dos produtos exportados e dos importados], com implicações sobre a renda e a demanda domésticas”. No caso do IC-Br, em particular, acrescentou o BC, como os preços das commodities estão considerados em reais, o indicador capta, ainda, o impacto inflacionário proveniente das variações na taxa de câmbio. “Com efeito, movimentos do IC-Br antecipam parte relevante dos ciclos inflacionários no Brasil”, disse o BC.