Cotidiano

PF prende seis por desvio de R$ 5,8 milhões na UFRGS

RIO- A Polícia Federal no Rio Grande do Sul prendeu ontem seis pessoas, incluindo professores, e membros da coordenação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por envolvimento em uma fraude na instituição. Segundo a PF, o grupo desviou RS 5,8 milhões de de bolsas concedidas pelo projeto SUS Educador, principalmente, ao Programa de Extensão em Saúde Coletiva: Educação Continuada (PESC) e ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGCOL). De acordo com a ?Operação PhD?, os programas sob suspeita somam R$99 milhões. Relacioando Uni Rio

Além das prisões, a operação cumpriu duas conduções coercitivas e dez mandados de busca e apreensão. A investigação apontou que os envolvidos incluíram pessoas sem qualquer vínculo com a UFRGS no programa de bolsas da universidade. No esquema, os falsos bolsistas recebiam até R$6,2 mil referentes ao benefício e repassavam parte do valor, ou o montante integral, para os fraudadores. A estimativa da PF é que muito mais de 100 pessoas tenham ingressado como bolsistas no esquema.

Em um dos casos, um dos fraudadores realizou uma reforma na própria residência e cadastrou a arquiteta que realizou o serviço para receber o pagamento via bolsa de pós-graduação da UFRGS.

?Havia também o desvio de recursos mediante o pagamento de autônomos, diárias fictícias e outros artifícios ? afirmou o delegado Aldronei Rodrigues, da Delegacia de Combate à Corrupção e Crimes Financeiros da PF.

SERVIDORES ENVOLVIDOS

Segundo o jornal ?Zero Hora?, entre os presos na operação estão o ex vice-reitor da universidade, Sergio Nicolaiewsky, os professores Alcindo Ferla e Simone Chaves, e um dos coordenadores do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGCol) da Escola de Enfermagem, Ricardo Burg Ceccim.

A operação deflagrada ontem foi iniciada após a publicação da série ?Universidades S.A? realizada em conjunto pelos jornais O GLOBO, Zero Hora, Diário Catarinense , Gazeta do Povo e O Estado de S. Paulo. As reportagens revelaram uma série de irregularidades nas universidades. Na época, uma das reportagens, feita pelo jornal Zero Hora, revelou o caso de um aluno que recebeu título de mestre sem frenquentar a universidade. O caso serviu como ponto de partida para investigação da PF.

Em nota, a UFRGS afirmou que ainda não foi procurada pela polícia, mas se coloca à disposição para esclarecimentos. A instituição afirmou também que as denúncias se restringem aos dois programas citados.