Foz do Iguaçu – Após registros de crescimentos moderados de 1% a 2% ao ano na última década, pela primeira vez na história a região oeste do Paraná perdeu moradores, segundo a estimativa populacional de 2018 divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A perda populacional foi de 2.103 habitantes, passando de 1.309.564 para 1.307.461 habitantes. É como se uma Iguatu inteira desaparecesse do mapa.
O reflexo disso está pautado na diminuição gradativa de pessoas vivendo nas cidades menores. Dos municípios da região, 32 registraram perda populacional. A maior retração, em percentuais, foi Guaraniaçu, com redução de 7% em seu número de moradores. Segundo o IBGE, em 2017 viviam lá 13.641 pessoas, agora são 12.733.
Em números absolutos, a que mais perdeu habitantes foi Foz do Iguaçu, com 5.221 moradores a menos que na estimativa de 2017.
Na média, os municípios do oeste que perderam população tiveram retração de 3%. A manter esse ritmo, dois terços deles desapareceriam em pouco mais de três décadas.
Apenas 11 municípios, 22% da região, cresceram nesse último ano, mesmo assim com percentuais acanhados. O melhor deles nesse avanço demográfico, em proporção, foi Itaipulândia, com 4% de aumento demográfico – saiu de 10.587 e chegou a 10.961 habitantes.
Em números absolutos, o maior crescimento foi de Cascavel, com 4.868 novos moradores e agora tem 324.476 habitantes, contra os 319.608 de 2017. O Município continua sendo o quinto mais populoso do Estado, atrás de Curitiba, Londrina, Maringá e Ponta Grossa. No oeste, a cidade é a maior seguida de Foz do Iguaçu que, apesar da perda populacional, mantém-se como a sétima mais populosa no Estado.
A terceira mais populosa do oeste – 12ª na relação estadual – é Toledo, que teve incremento de 2% na população e agora soma 138.572 habitantes. Há um ano eram 135.538.
Estagnados
Sete municípios da região tiveram crescimento ou decréscimo populacional ínfimo, o que representa em termos percentuais uma estagnação na sua população. É o caso de Céu Azul, Guaíra, Medianeira, Mercedes, Nova Santa Rosa, Ramilândia e São Miguel do Iguaçu
Os menores municípios
O menor município paranaense é Jardim Olinda, com apenas 1.343 moradores. Na região oeste, o menor é Iguatu, que também aparece como o 12º menor em todo o Paraná, com 2.258 habitantes. O segundo menos habitado no oeste, e que ocupa a 13ª colocação no Paraná, é Iracema do Oeste, com 2.325 moradores.
Juntos, os 39 municípios menos populosos da região oeste têm menos que a cidade de Cascavel e somam 313 mil moradores.
Como a estimativa é feita
Para se chegar a esses números, o IBGE leva em consideração variações feitas com base nos últimos censos – quando há a contagem de 100% da população, além de fatores como taxa de fecundidade -, nascimentos, mortalidade e migração.
Segundo a chefe da agência do IBGE na regional de Cascavel, Tatiane Vasselai, como se trata de estimativa é difícil especificar qual ou quais foram os fatores que influenciaram nas perdas e ganhos populacionais. De praxe, o que se tem observado é uma migração das cidades menores para polos de referência regional como as que oferecem núcleos educacionais em ensino superior ou mais oportunidades de emprego e renda. “Por ser uma estimativa, não se consegue encontrar esses dados tão específicos, mas são levadas em consideração outras pesquisas que o IBGE realiza para se chegar a esses números”, destacou, ao reforçar que não se pode fazer uma leitura precisa sobre a tendência de migração, encontrando então explicações para onde foram as pessoas que por ventura deixaram as cidades do oeste.
Os gestores públicos municipais que tiveram perdas populacionais e que reduziram as faixas populacionais referentes aos repasses de recursos do Estado e da União podem questionar o IBGE sobre os dados. Isso deve ser feito em até 30 dias.
Já o próximo censo demográfico será realizado em todo o Brasil em 2020. O último foi em 2010.
Somos 208 milhões de brasileiros
O Paraná cresceu pouco nesse último ano. Foram apenas 28.045 novos moradores. O Estado conta agora com quase 11,349 milhões de habitantes. No ano passado a estimativa indicava 11,32 milhões. O Brasil também cresceu, mas não chegou a nem 1% de avanço populacional. Em 2017 eram 207.660.929, agora são 208.494.900. Ganho de quase 834 mil habitantes.