Cotidiano

Parentes de vítimas de acidente com ônibus em SP pedem indenizações

acidente-bertiogaSÃO PAULO ? As famílias das vítimas do acidente com o ônibus que tombou, no início do mês, na Rodovia Mogi-Bertioga, em São Paulo, deixando 18 mortos, pedirá na Justiça indenizações pelo desastre. O advogado José Beraldo, que representa dezenas de parentes, informou nesta quarta-feira que solicitará ao Ministério Público uma abertura de inquérito para apurar a responsabilidade do dono da União Litoral, que é a proprietária do veículo. Ele também quer que a empresa e a prefeitura de São Sebastião, responsável pela contratação do transporte, se responsabilizem pelas condições do ônibus. A União Litoral diz que a vistoria do veículo estava em dia.

Após reunião com familiares, na manhã desta quarta-feira, Beraldo falou ao GLOBO que teve acesso à perícia preliminar realizada no ônibus, e que através dele constatou falhas como falta de cinto de segurança.

? A perícia preliminar, a qual tive acesso, aponta falta de freio e de cinto de segurança. Havia também muitas falhas mecânicas ? diz o advogado: ? Aquele ônibus carregava jovens guerreiros, não bois. E não era gratuito. Eles iam pagar à prefeitura com serviços profissionais após se formarem, mas ofereceram veículos sucateados ? concluiu.

Em nota, a União Litoral diz que ?a Polícia Civil não confirma a informação de nenhum laudo preliminar que afirme problemas nos freios do veículo? e que ?a perícia inicial nos itens barra de direção, pneus e cinto de segurança estavam sem nenhuma irregularidade?.

A assessoria de imprensa da empresa informa ainda, na nota, que o veículo ?estava com vistoria da ANTT em plena validade, vistorias da EMTU e ARTESP rigorosamente em dia, além de ter passado por manutenção preventiva 15 dias antes do acidente?. Ela pondera que ?um veículo sucateado jamais teria sido aprovado nas vistorias dos órgãos fiscalizadores?.

A União Litoral diz também que ?tem prestado a assistência necessária a todos os familiares e passageiros hospitalizados que mantiveram contato?, por meio de sua seguradora, e que , ?transcorrido este período de choque, a empresa está disponibilizando suporte técnico e jurídico para custeios em geral e trâmites para indenizações?.

O GLOBO não conseguiu contato com a prefeitura de São Sebastião. Questionada sobre a vistoria feita no ônibus, por peritos da Polícia Científica, a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança não se manifestou.