Cotidiano

Paralisação de professores fecha 36 colégios na região

A principal queixa dos manifestantes é a idade mínima para requerer a aposentadoria

Cascavel – Professores da rede estadual de ensino voltaram a entrar em greve em todo o Paraná. Segundo a APP-Sindicato, as aulas foram suspensas em 90% dos colégios do Estado, já que grande parte dos servidores participou do Dia Nacional de Paralisação, ato organizado por várias entidades sindicais do País contra a reforma da Previdência.

Conforme o NRE (Núcleo Regional de Educação) de Cascavel, 20 colégios paralisaram as atividades totalmente, 61 parcialmente e 13 tiveram aulas normais em 18 municípios. No NRE de Toledo, que abrange 16 municípios, 16 colégios fecharam totalmente, 45 parcialmente 31 funcionaram normalmente. Já no NRE de Foz do Iguaçu não houve nenhuma paralisação total.

A greve dos profissionais da educação vai se estender ao menos até o próximo dia 28, quando uma nova assembleia será realizada. O protesto é contra as mudanças feitas pelo governo na hora-atividade e na distribuição de aulas, além do não cumprimento da data-base. “A paralisação é o último recurso quando todos os outros canais são negados. A greve segue por tempo indeterminado e tudo depende de um acordo com o governo estadual”, esclareceu o presidente da APP-Sindicato em Cascavel, Paulino Pereira da Luz.

De acordo com balanço feito pela Seed (Secretaria Estadual da Educação), a greve dos professores deixou 5% dos colégios estaduais fechados totalmente e 58% parcialmente. Já os 37% funcionaram normalmente. A Secretaria reforçou que serão lançadas faltas aos servidores que estão de braços cruzados. Os dias parados serão descontados nos salários.

Passeata foi da Catedral até o INSS

Uma marcha marcou o início do protesto do Fórum Sindical de Cascavel e Região, composto por 21 entidades de diversas categorias. Os sindicalistas se concentraram em frente à Catedral Nossa Senhora Aparecida, no centro de Cascavel, e seguiram até a sede do INSS. Quase mil pessoas participaram da passeata, que durou até o fim da manhã. De acordo com a professora Bruna Heloisa Inocêncio, a mobilização contra a reforma da Previdência começou ainda dentro das salas de aula. “Tentamos conscientizar os alunos e também os pais sobre essa luta. Aqui na rua é mais uma forma de mostrar à população que as mudanças serão prejudiciais”, disse.

A principal queixa dos manifestantes é a idade mínima para requerer a aposentadoria. Se aprovada pelo Congresso Nacional, a PEC 287/2016 vai determinar que homens e mulheres só se aposentem com 65 anos de idade e 25 anos de contribuição. Além disso, o texto da reforma impede que o beneficiário acumule pensão e aposentadoria.

Na capital

Em Curitiba, o protesto de ontem reuniu professores da rede estadual, servidores municipais, trabalhadores do transporte público e demais categorias na Praça Santos Andrade. Desse local, seguiram até a Assembleia Legislativa. Conforme a Polícia Militar, sete mil pessoas participaram da passeata. Duas categorias devem estender a paralisação: profissionais da educação e do transporte coletivo.