SÃO PAULO ? Em despacho que autorizou a deflagração da 33ª fase da Lava-Jato, o juiz Sérgio Moro afirmou que o país está pagando um custo ?grande? para enfrentar a corrupção. Ele destaca que o custo seria maior se o problema não fosse enfrentando agora. Para Moro, os repetidos escândalos estão ?minando a confiança nas leis e na democracia?.
?Se os custos do enfrentamento hoje são grandes, certamente serão maiores no futuro. O país já paga, atualmente, um preço elevado, com várias autoridades públicas denunciadas ou investigadas em esquemas de corrupção, minando a confiança na regra da lei e na democracia?, afirmou o juiz.
Moro voltou a destacar a necessidade das prisões preventivas como instrumento para frear a corrupção. Durante a nova operação desta terça-feira, foram presos o ex-dirigentes da Queiroz Galvão Ildelfonso Colares e Othon Zanoide de Moraes Filho:
“Embora as prisões cautelares decretadas no âmbito da Operação Lava-Jato recebam pontualmente críticas, o fato é que, se a corrupção é sistêmica e profunda, impõe-se a prisão preventiva para debelá-la, sob pena de agravamento progressivo do quadro criminoso”, explica o juiz, completando:
“A corrupção sistêmica é produto de uma prática criminosa serial e não um ato isolado no tempo e espaço. Não raramente os casos de corrupção descobertos constituem apenas uma amostragem de atividades criminosas muito mais extensa”
Além dos dois executivos da construtora, a Polícia Federal cumpriu 32 ordens judiciais, sendo 23 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva, um de prisão temporária e 6 de condução coercitiva. Os mandados são cumpridos em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Minas Gerais.
O mandato de mandado de prisão temporária contra Marcos Pereira Reis ainda está em aberto. Ele está no exterior, segundo a PF. São investigados na ação contratos do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), da Refinaria Abreu Lima, da Refinaria Vale do Paraíba, da Refinaria Landulpho Alves e da Refinaria Duque de Caxias.