PARIS ? O padre Jacques Hamel, degolado durante o ataque a uma igreja na Normandia, foi descrito como uma pessoa querida e um homem de paz, que trabalhava em conjunto com a comunidade muçulmana em Saint-Etienne-du Rouvray. Nesta terça-feira, dois homens relacionados ao Estado Islâmico invadiram o templo, mataram o sacerdote e feriram gravemente um outro homem.
Jacques Hamel, de 86 anos, era padre auxiliar da paróquia de Saint-Etienne e celebrava a missa no momento do ataque. Nascido em 1930 em Darnétal, en Seine-Maritime, ele fora ordenado em 1958 e, embora pudesse ter se aposentado aos 75, ?se sentia forte para continuar a trabalhar?, contou o abade Auguste Moanda-Phuati.
? Na minha ausência, era ele o responsável (pela paróquia) . Era um padre corajoso ? disse à imprensa francesa o abade, um congolês que estava em férias em seu país natal e que está regressando à França.
O padre estava na paróquia há dez anos. Ao ser perguntado se ia se aposentar, Hamel costumava responder, rindo:
? Já viu um padre se aposentar? Vou trabalhar até meu último suspiro.
O padre Hamel trabalhava ainda de forma próxima com a comunidade muçulmana, principalmente após os últimos atentados na França.
? Nossas comunidades religiosas trabalhavam frequentemente juntas. Nos últimos 18 meses, após o início dos ataques, tínhamos reuniões e nos comunicávamos muito ? contou Mohammed Karabila, presidente do Conselho Regional de Culto Muçulmano na Normandia. ? Era um homem de paz.
Frequentadores da igreja o descreveram como ?caloroso, simples e de vida modesta?. Era conhecido na comunidade local e ?muito querido?.
O Papa Francisco expressou ?dor e horror? por este ?assassinato bárbaro?, indicou o Vaticano em um comunicado. ?Estamos particularmente abalados por esta violência horrível ocorrida em uma igreja, um lugar sagrado no qual se anuncia o amor de Deus?, afirma a nota.