Cotidiano

ONG denuncia retirada forçada de refugiados em campo grego

2016 912078270-201605261116105771_RTS.jpg_20160526.jpgATENAS ? Milhares de refugiados estão sendo retirados à força do campo grego de Idomeni sem saber para onde vão, denunciou nesta quinta-feira a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF). Segundo a ONG, também foram impostas restrições à assistência humanitária durante o processo.

? As pessoas não estão sendo informadas para onde estão indo, e isso é mais que inaceitável. Elas precisam ser capazes de tomar decisões fundamentadas e precisam receber informação exata para tanto ? disse Michele Telaro, coordenadora de projeto do MSF em Idomeni. ? Essas pessoas já fugiram de conflitos, violência e passaram mais de dois meses e meio em condições inaceitáveis em Idomeni. A alternativa ao desumano não deveria ser o desconhecido e a incerteza.

A ONG apelou às autoridades gregas para garantirem assistência adequada e contínua durante o processo de movimentação das pessoas de campos informais a novas localidades. Muitos refugiados sofrem de doenças crônicas, como diabetes e epilepsia, e precisam de tratamento contínuo.

Desde que o processo de retirada teve início, em 24 de maio, o MSF denunciou que a organização e outras ONGs tiveram acesso restrito à área do acampamento, com um número reduzido de pessoal com permissão para entrar no local, e voluntários foram expulsos do acampamento.

Serviços básicos, como saneamento e distribuição de alimentos, não puderam ser devidamente assegurados.

? Vamos ser claros, isso não pode ser considerado relocação voluntária, na medida em que essas pessoas não tiveram escolha, não receberam informação adequada e a assistência no acampamento foi drasticamente cortada ? declarou Loic Jaeger, coordenador-geral do MSF na Grécia. ? Relocar refugiados de acampamentos informais para formais não é a solução. Na Europa, em 2016, refugiados não deveriam estar vivendo em tendas; deveriam ter seus pedidos por asilo ouvidos e terem acesso a casas, para que pudessem recomeçar suas vidas em segurança.