Cascavel – Em Cascavel, pedidos para retirada de árvores feito pelos moradores, muitas vezes motivado pela desconfiança do morador quanto a “saúde” da árvore, também são sinônimos de “demora”. Nei Haveroth, secretário municipal do Meio Ambiente, explica que a maior parte dos pedidos de extração das árvores em passeios públicos é devido à realização de obras, por reclamações de calhas que entopem e a outra parte pelo questionando o estado interno da árvore, quando apesar do aspecto “normal”, exteriormente, no interior as árvores estão comprometidas e apresentam riscos de cair, principalmente quando ocorrem temporais e vendavais.
Conforme Haveroth, a secretaria tem uma grande demanda reprimida de serviços. São cerca de 400 processos com parecer pronto para o corte e mais de 600 pedidos de análise, mas que ainda não foram feitos. Ele explicou que há pouco tempo o Município conseguiu um profissional específico para desenvolver o trabalho, que até então era feito apenas nos fins de semana, já que para fazer a análise precisa ser engenheiro florestal, biológo ou engenheiro agrônomo e antes ocorria com um técnico, que nas horas extras era acompanhado do profissional.
Tomógrafo
Além do profissional qualificado que passou a integrar os quadros municipais, a Secretaria está concluindo a compra de um “tomógrafo” para uma análise mais apurada da saúde das árvores por meio de um software que indicará as condições do vegetal com maior precisão. De acordo com o secretário Nei Haveroth, a aquisição do equipamento era uma demanda antiga da secretaria e que agora está em processo final, com um investimento de cerca de R$ 152 mil.
“Atualmente esta análise é feita de forma superficial, mas esse equipamento vem para auxiliar no parecer técnico e profissional e com certeza, vem a somar e muito nos trabalhos”, explicou. Além disso, o equipamento contempla o Plano Municipal de Arborização, instituído pela a Lei nº 6482 de 2015.
Serviço terceirizado
Quando a análise é favorável para o corte, a demanda é repassada para a empresa terceirizada que é a OT Ambiental, que executa o serviço. “Esperamos agora com o novo servidor e com a chegada do tomógrafo agilizar os serviços e ir organizando essa demanda, já que a intenção é de conseguir fazer a análise e o serviço o quanto antes, mas que antes não era possível devido a equipe reduzida”, reforçou.
Compensação
O secretário salientou que no caso de retirada para as obras, é importante ressaltar que o projeto precisa contemplar a arborização existente e a substituição delas, ou seja, quando termina a obra o proprietário deve plantar uma nova espécie na calçada, para que a cidade não perca árvores, ou seja, fazer a compensação da quantidade. A Sema faz a análise, plantio e retirada das árvores no passeio público, na parte interna é de responsabilidade do proprietário.
Quando mesmo do terreno a árvore é de espécie nativa, deve ser feito o pedido de retirada por parte do IAT (Instituto Água e Terra). Para solicitar a extração é necessário realizar um protocolo no setor dentro do Paço Municipal. Caso o contribuinte não se enquadra nos benefícios da lei, precisa pagar uma taxa dependendo da circunferência da árvore, ou seja, cada caso é um caso.
A intenção, de acordo com Haveroth, é também modernizar esse processo e passar a realizar os pedidos de forma online, o que deve ser previsto na revisão do plano, assim como uma ação de catalogação e de georreferenciamento das árvores de toda a cidade.
Disque árvore
O Plano de Arborização aponta que a cidade precisa ter um total de 120 mil árvores nos passeios públicos para suprir a necessidade municipal, mas que ainda tem apenas 90 mil. “Temos um déficit de 30 mil árvores que queremos ir superando aos poucos”, reforçou Haveroth. O dado ainda não contempla os novos loteamentos, por isso, uma revisão do plano deve ser feita já no próximo ano. Neste ano, a Sema fez a extração de 450 árvores até agora, com o plantio de 10 mil novas mudas.
A Sema continua com os serviços de agendamento e de plantio de árvores que podem ser feitos pelo telefone da 3223-6635. “É importante ressaltar que é feito o plantio da espécie adequada, no local certo, já que de acordo com o plano, não é qualquer uma que pode ser plantada”, lembrou o secretário. As espécies que mais são plantadas são os cinco tipos de ipê, quaresmeira, extremosa, damasco e manacá.