DAVOS – Na véspera do aguardado discurso da primeira ministra britânica Theresa May, o Brexit esquentou os debates do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. Em um dos últimos painéis desta quarta-feira, o diretor-executivo do banco JP Morgan, Jamie Dimon, mostrou preocupação com a onda nacionalista na Europa e a tendência antiglobalização no mundo. Segundo o executivo, ?a zona do euro pode não sobreviver? a esse fenômeno. No mesmo dia, o prefeito de Londres, Sadiq Khan, fez uma defesa da própria cidade ? um dos principais centros financeiros do mundo ? se posicionando contra o chamado ?hard brexit?, que incluiria a saída do mercado comum europeu.
Na terça-feira, em discurso em Londres, a premier já avisou que, nos seus planos, o Reino Unido deixaria de participar do mercado único ao concluir o Brexit. Mas ponderou que novos acordos poderiam garantir algum acesso ao livre comércio. Ela chega a Davos nesta quinta.
Para Dimon, do JP Morgan, a onda nacionalista é um risco para a região. Para ele, é preciso que os governos locais atendam aos anseios da população:
? O que deu errado deu errado para todo mundo, não só para a Grã-Bretanha. (A menos que os líderes abordem essas preocupações), vamos ter as mesmas questões sobre imigrações, leis do país, quanto poder vai para Bruxelas… ? disse o executivo em entrevista à Bloomberg.
Horas antes, o prefeito londrino destacou suas preocupações em relação às negociações para o Brexit. Uma de suas missões é defender Londres, cujo centro financeiro, a City, é ameaçada pelos efeitos da saída do Reino Unido do bloco.
? Garantir o acesso privilegiado ao mercado único deve ser a prioridade principal para as negociações. É crítico para Londres. Não pode ser deixado de lado. Uma abordagem mais dura poderia destruir a Grã-Bretanha. E se continuarmos nesse caminho em direção a um ?hard Brexit?, corremos o risco de ter que explicar para as gerações futuras porque nós, conscientemente, colocamos a economia, a prosperidade e o lugar deles no mundo em perigo ? discursou Khan.