Cotidiano

Na China, Obama promete um ?legado climático?

HANGZHOU ? Em sua última viagem à Ásia como presidente dos Estados Unidos, Barack Obama chegou à China neste sábado pretendendo dar destaque à cooperação sino-americana na questão das mudanças climáticas. A parceria emergente entre os dois maiores emissores de carbono no planeta é um ponto de destaque no projeto de oito anos de Obama para dar nova forma às relações entre os EUA e a Ásia. O presidente americano visita a China para participar da reunião anual do G-20, mas deixou claro que encara essa viagem de despedida como um momento para burilar seu legado na Casa Branca.

Sua agenda inclui declarações sobre o aquecimento global e um encontro com o anfitrião, o presidente chinês Xi Jinping. Na sexta-feira, a China anunciou formalmente sua adesão ao Acordo do Clima, firmado no ano passado em Paris, e espera-se que Obama faça o mesmo nesta viagem. Esse anúncios indicam que o acordo pode entrar em vigar até o fim deste anos, bem antes do previsto.

A Casa Branca atribui a aceleração no cronograma à improvável parceria entre Washington e Beijing no assunto. Xi e Obama já anunciaram esforços conjuntos para estabelecer metas de emissão de carbono, na expectativa de que a cooperação entre os dois rivais comerciais estimulem outros países a seguir o exemplo.

A concordância a respeito das mudanças climáticas, entretanto, não aplainou o terreno em outras áreas de tensão. Os Estados Unidos têm demonstrado irritação com a postura cada vez mais firme da China em relação às águas territoriais na região. Recentemente, a Casa Branca exortou o governo chinês a aceitar a decisão de uma comissão internacional de arbitragem que decidiu em favor das Filipinas numa disputa sobre o sul do Mar da China.

Antes de viajar para a Ásia, Obama disse à CNN que pretende cobrar de Xi moderação nessa questão. Se a China não atender, disse o presidente americano, ?haverá consequências?.