Cotidiano

Miriam Leitão é considerada a jornalista mais premiada da história no Brasil

RIO ? Miriam Leitão, colunista do GLOBO, ficou pelo terceiro ano consecutivo no primeiro lugar do ranking dos “+ Premiados Jornalistas da História”, da Jornalistas Editora. Ela divide o posto com Eliane Brum, do “El País”. Na lista, que acumula dados de 150 prêmios concedidos periodicamente por diversas organizações, Miriam aparece com 31, 25 deles pelo conjunto da obra, incluindo o internacional Maria Moors Cabot e um Jabuti de Livro do Ano – Não Ficção.

Entre os cem primeiro colocados, 11 são jornalistas e colunistas do GLOBO: além de Miriam, a lista inclui também o repórter fotográfico Domingos Peixoto (11º), os colunistas Dorrit Harazim (21º), Carlos Alberto Sardenberg (42º), Elio Gaspari (93º) e Ricardo Noblat (99º), além dos jornalistas Chico Otavio (35º), Carla Rocha (37º), Alan Gripp (44º), Luiz Ernesto Magalhães (78º) e Vinicius Sassine (81º).

Apesar do histórico de premiações, Miriam Leitão conta que a inquietude é ainda seu motor diário para seguir na profissão:

? O jornalismo não pode parar. Você acorda a cada dia pensando como se aperfeiçoar, sempre. E o segredo que quero compartilhar é que, independente da sua função na redação, o importante é ser sempre repórter. Eu brigo para abrir espaço na minha agenda para fazer reportagem, ir para a rua.

Entre prêmios literais, Miriam aponta também outros “prêmios” do dia a dia:

? É um prêmio quando as pessoas identificam você e o seu trabalho. Cada um recebe a sua matéria de um jeito, e adoro quando ouço que alguém guardou uma coluna minha, ou comenta o que você escreveu… Outro prêmio foi ter completado 25 anos no jornal O GLOBO em 2016. Chorei o dia inteiro. O GLOBO me deixa explorar todos os meus interesses, e o jornal impresso sempre foi e sempre será o meu carro chefe.

As emoções, através de condecorações ou no dia a dia, também têm sido parte da rotina do repórter fotográfico Domingos Peixoto, que já ganhou mais de 15 prêmios. O mais recente, da categoria “Fotografia” do 23º Prêmio CNT de Jornalismo, premiou a imagem “O trem nosso de cada dia” ? que retratou a dura rotina dos usuários de trem na região metropolitana do Rio de Janeiro.

? A felicidade é muito grande, porque é um dos retornos máximos que um fotógrafo pode ter. Mas o grande retorno mesmo é o das próprias pessoas envolvidas na produção da imagem. O maior reconhecimento para mim foi quando a filha do Santiago [o cinegrafista Santiago Andrade, morto após ser atingido por um rojão durante manifestação no Rio em 2014, momento registrado por Peixoto] me abraçou. Retratei exatamente o momento da morte do pai dela, mas no entanto essa foto é o único documento que comprova o que aconteceu com ele ? lembra Peixoto, premiado anteriormente pelas imagens que registraram a morte do cinegrafista.

Peixoto também se diz incansável na busca por novas imagens ? da qual os prêmios são consequências, como no ensaio laureado pelo Prêmio CNT de Jornalismo.

? Eu estou o tempo todo buscando, olhando para a cidade. Eu sou da Baixada, então a Central do Brasil é o meu quintal. Tenho muitas histórias lá. Isso vem muito das relações que você tem com a cidade.