BRASÍLIA – A empresa Skanska Brasil Ltda, investigada na Lava-Jato, foi declarada inidônea para contratar com a administração pública, o que, na prática significa que a construtora não pode assinar novos contratos públicos por, pelo menos, dois anos. A decisão assinada pelo ministro da Transparência, Torquato Jardim, está publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira.
Foi demonstrado no processo administrativo que a construtora efetuou o pagamento de propinas no valor de R$ 3 milhões a agentes públicos com a finalidade de firmar um contrato de mais R$ 1,3 bilhão com a Petrobras para a ampliação do Terminal de Cabiúnas, no Rio de Janeiro, Para operacionalizar tal esquema, a Skanska se utilizou de uma empresa de fachada com a qual firmou um contrato fictício para dissimular o pagamento da propina.
Também ficou comprovado que a Skanska coordenava suas ações junto às concorrentes para reduzir a competitividade nos processos licitatórios. A construtora combinava previamente com os concorrentes que prestavam serviços à Petrobras os certames que cada qual deveria vencer e quem faria propostas de cobertura para gerar aparente legitimidade.
A empresa alegou em sua defesa que as provas obtidas durante o processo não eram suficientes, mas no processo ficou comprovada a participação da Skanska no esquema de corrupção.
No processo também ficou comprovado que a Energex é uma empresa de fachada. A Skanska fechou um contrato simulado com a empresa para pagamento de propina ao ex-diretor da Petrobras Renato Duque.