BRASÍLIA ? Com apenas sete dias morando no Palácio do Alvorada, o presidente Michel Temer desistiu da residência oficial e retornou ao Palácio do Jaburu, onde já estava desde 2011, quando assumiu a vice-presidência da República. Nesta terça-feira, quando retornou de Carnaval com a família na base militar de Aratu, na Bahia, a comitiva presidencial já se dirigiu ao Jaburu.
Antes de Temer, os ex-presidentes João Figueiredo e Fernando Collor abriram mão do Alvorada. Figueiredo morou na Granja do Torto ? assim como Lula e Dilma Rousseff, temporariamente ? e Collor, na Casa da Dinda, uma residência privada.
Temer ficou no Alvorada do dia 17 de fevereiro ao 24 de fevereiro. Dilma Rousseff deixou o palácio em 6 de setembro, quando foi destituída da Presidência. De setembro a fevereiro, Temer seguiu morando no Jaburu, residência da vice-presidência, e utilizou o Alvorada apenas para reuniões e eventos. De agora em diante, esse expediente será retomado.
O Palácio do Alvorada é o primeiro prédio de alvenaria de Brasília, com projeto de Oscar Niemeyer, grandes obras artísticas nacionais e acervo bibliotecário idealizado por Carlos Drummond de Andrade e Manoel Bandeira. O filho de Temer e da primeira-dama Marcela, Michelzinho, foi a primeira criança a morar no palácio desde os anos 1960, quando filhos de João Goulart viviam no prédio.
Para receber o menino de sete anos, o palácio teve de passar por adaptações, como a instalação de uma tela de proteção no segundo andar. Segundo um interlocutor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Natural (Iphan), a tela não fere o tombamento do prédio. Ele cita que uma criança já se acidentou em um palácio de São Luís (MA), por falta de parapeito. A tela para Michelzinho seria retirada em ocasiões especiais, como em visitas de chefes de Estado. Agora que a família Temer voltou ao Jaburu, a tela será removida permanentemente.