Cotidiano

Mesários de cinco estados não terão vale-refeição no dia da eleição

SÃO PAULO – Mesários de São Paulo, Belo Horizonte, Natal, Fortaleza e Maceió vão ter que colocar a mão no bolso para almoçar durante as eleições, no próximo dia 2 de outubro. Por decisão dos cinco TREs (Tribunal Regional Eleitoral), eles receberão o vale-refeição somente após as eleições, por meio de vale-postal. A votação acontece das 8h às 17h e o mesário trabalha das 7h até por volta das 18h. Os valores variam de R$ 23 a R$ 25. O GLOBO consultou todos os TREs. Nos demais, o pagamento será no próprio dia da votação ou no dia do treinamento, como ocorre tradicionalmente.

Os mesários terão do dia 7 a 25 de outubro para ir a uma agência dos Correios, com RG e título de eleitor, e retirarem o dinheiro. Em cidades com segundo turno, o dinheiro estará disponível entre os dias 4 e 22 de novembro.

A decisão da maioria dos TREs para a mudança foi uma medida de segurança, para que os chefes de cartórios não mais precisassem transportar dinheiro em espécie. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “os TREs têm autonomia para tratar desta questão”.

No entanto, de acordo com o TSE, a possibilidade de reembolso posterior dos gastos com alimentação pode ter sido “ventilada por algum TRE em razão dos cortes orçamentários anunciados para a Justiça Eleitoral no início do ano”. Mas o corte não se concretizou, diz o TSE, e a verba foi repassada pelo tribunal aos TREs com antecedência.

“Então não há porque não fornecer os alimentos aos mesários no dia da eleição”, diz o TSE.

Em todo o país, são cerca de 2 milhões de brasileiros que vão trabalhar como mesários. Destes, 594 mil são voluntários. No Estado de São Paulo, são cerca de 388 mil mesários (106 mil só na capital). A previsão de gastos com o auxílio-alimentação é de R$ 10 milhões no primeiro turno. A mudança vale para todo o estado.

Em Fortaleza, o pagamento por vale-postal não é novidade para o mesário. A medida foi adotada há quatro eleições, de acordo com o TRE. Em Natal, será a primeira vez. Em algumas cidades do Mato Grosso, o mesário recebe a refeição, e não dinheiro. No Rio de Janeiro, foi mantido o pagamento do vale-refeição no dia da eleição. Em Minas Gerais, além de Belo Horizonte, cidades com mais de 100 mil habitantes também vão adotar o vale-postal.