Cotidiano

Merkel, Renzi e Hollande discutem futuro da UE sem Reino Unido

NÁPOLES, Itália ? O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, recebeu nesta segunda-feira o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, para uma reunião sobre o futuro da União Europeia (UE) após a decisão saída do Reino Unido. Negando que o Brexit seja o começo do fim do bloco, os chefes de governo discutiram políticas de segurança e impulso econômico para garantir uma nova página para o continente.

? Muitos pensaram que a UE havia acabado depois do Brexit, mas este não é o caso ? declarou Renzi no encontro em Nápoles. ? A Europa pós-Brexit vai relançar os poderosos ideais de unidade, paz, liberdade e sonhos.

A segurança esteve entre os principais pontos abordados pelos líderes dos três países de maior população do bloco, que atualmente atravessa uma crise de identidade em meio ao desafio de gerir os intensos fluxos migratórios que chegam de países pobres e em guerra.

Em seu discurso, Merkel pediu a melhoria do intercâmbio de informação entre os serviços secretos dos países-membros. A chanceler afirmou que é necessário fazer mais pela segurança interna e externa da União Europeia.

? Diante de desafios tão grandes e da quantidade de refugiados que chegam, temos que melhorar os mecanismos de proteção das nossas fronteiras ? afirmou Merkel a jornalistas.

Já o presidente francês ressaltou a urgência de tomar mais ações sobre a catástrofe provocada pela guerra na Síria. Os conflitos alimentam a crise migratória na Europa, que recebe uma avalanche de refugiados desde o ano passado.

? O perigo que a Europa corre hoje em dia é o da divisão, de acabar fragmentada. Querems melhor coordenação, mais meios e mais recursos para o setor de defesa. A Europa deve se proteger, mas também acolhar a quem, para fugir, põe em risco a própria vida ? disse Hollande.

Os três chefes de governo enfrentam, em seus países, os desafios trazidos pelos partidos populistas ou eurocéticos. Merkel e Hollande vêm assistindo à queda em sua popularidade, sobretudo após os ataques que atingiram a Alemanha e a França nos últimos meses, e as suas políticas migratórias. Os dois países terão eleições no próximo ano, enquanto a Itália viverá um arriscado referendo sobre uma possível reforma constitucional no fim deste ano.