RIO – O corpo de um menino de 9 anos foi localizado na noite desta segunda-feira no rio Tramandaí, na cidade de Imbé, no litoral Norte do Rio Grande do Sul. Segundo a polícia local, a criança teria caído na água ao tentar caçar os monstros virtuais do jogo “Pokémon Go”, afirma o portal G1. A vítima foi identificada como Arthur Bobsin e estava acompanhada de um amigo, que conseguiu se salvar. Ambos estavam desacompanhados dos pais ou qualquer responsável maior de idade.
De acordo com as informações da Brigada Militar do RS, Arthur e o amigo foram até um terreno próximo a casa de um deles e pegaram sem autorização um pequeno barco a remo usado por pescadores da região, versão confirmada pelo pai do amigo ao jornal “Diário Gaúcho”.
Segundo a polícia, o amigo, que não foi identificado, teria dito que eles teriam ido ao rio para caçar pokémons. Os dois chegaram a entrar no rio, e a embarcação virou perto da margem. O amigo teria conseguido volta à terra, mas Arthur desapareceu.
As buscas começaram ainda na tarde de segunda-feira, mas foram suspensas às 19h. Entretanto, o corpo do menino foi encontrado às 20h por mergulhadores profissionais, funcionários da Transpetro, que auxiliavam nas buscas voluntariamente.
Já segundo o Diário Gaúcho, o pai do menino que sobreviveu diz que a versão da polícia sobre caçar pokémons não faz sentido: segundo ele, Arthur não tinha celular e João Pedro tem um modelo simples, que não seria compatível com o jogo.
– Eles estavam jogando bola na frente de casa e decidiram entrar no barco, que não estava preso e se soltou. Eles nunca tinham feito isso antes. O meu filho pulou na água, tentou achar o Arthur e não conseguiu, conta ele.
Segundo o jornal, a versão inicial teria sido dada pela Brigada Militar a partir do que o menino teria dito a vizinhos do bairro Courhasa.
Crimes e acidentes em meio a diversão
Não é exclusividade do Rio Grande do Sul ou mesmo do Brasil às polêmicas, acidentes e crimes envolvendo o recém-lançado e já sucesso extraordinário jogo “Pokémon Go”.
O Pokémon original fez sucesso no fim dos anos 90 e início dos 2000 por sua mecânica inovadora para jogos portáteis: tinha um mundo virtual grande que o jogador precisava andar e andar e andar para capturar todos os pokémons. O novo Pokémon é revolucionário ao trazer essas andanças para o mundo real: para andar no jogo, o jogador precisa andar e mover seu celular.
Entretanto, o mesmo sucesso ao provocar e incentivar os jogadores a andar já gerou roubos, assaltos e acidentes. No Arizona, EUA, um casal foi preso por abandonar em casa a filha de dois anos para jogar. No Alabama, um motorista bateu o carro de frente em uma árvore ao jogar ao volante, coisa que muitos motoristas estão fazendo. Nesta terça-feira, a criadora do jogo lançou uma atualização que detecta a velocidade de movimentação do usuário e, se detectar que ele está muito rápido, avisa que ele não deve jogar dirigindo e pede que marque se é um passageiro.
Os problemas não param por aí: em vários lugares dos EUA, ladrões já usaram o jogo para atrair vítimas distraídas, colocando “iscas”, itens que atraem pokémons, que por sua vez atraem jogadores, que serão roubados por eles. No Brasil, a febre é a mesma que no resto do mundo, mas os jogadores temem os assaltos.