BRASÍLIA ? Depois de uma conversa na tarde desta sexta feira em São Paulo, o presidente Michel Temer bateu o martelo com relação à ida do advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira para o governo. O cargo ainda está sendo definido pelo Palácio do Planalto, mas deverá ser uma assessoria especial ligada ao gabinete presidencial.
Mariz ficará responsável por mudanças no sistema prisional, centro de uma crise desde o início do ano, com rebeliões e mortes em cadeias do Norte e Nordeste. Segundo um assessor palaciano, é uma questão de burocracia e de apresentação de documentos para que Mariz passe a despachar em Brasília. A expectativa de Temer é de contar com o aliado já na próxima semana.
Temer vinha insistindo desde maio do ano passado para que Mariz aceitasse alguma função no seu governo. Primeiro foi cotado para o Ministério da Justiça, ainda em meio ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, mas acabou recusando o convite por ter criticado publicamente a Operação Lava-Jato. Neste ano, voltou a ser sondado para o cargo quando Temer indicou o então ministro da Justiça Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal.
Com dificuldades de encaixá-lo na Justiça, Temer se dedicou a uma solução para ter o aliado por perto. Nos últimos meses, o peemedebista perdeu seus principais assessores por conta de denúncias relacionadas à Operação Lava-Jato. Desde a semana passada, ele está sem o seu braço-direito e principal ministro, Eliseu Padilha, afastado por problemas de saúde. Outro auxiliar importante para Temer na tomada de decisões, o advogado José Yunes pediu demissão em dezembro passado por ter sido citado em delações da Odebrecht.
Na próxima terça-feira, outro aliado muito próximo a Temer, Rodrigo Rocha Loures, passará a atuar como deputado federal, pois ele é suplente de Osmar Serraglio, que assumirá segunda-feira como ministro da Justiça. Com a incorporação de Mariz ao governo, Temer busca ter mais que um aliado, mas um amigo, ao seu lado, em meio a tantas baixas.