KINSHASA – Manifestantes contra o presidente da República Democrática do Congo, Joseph Kabila, queimaram nesta segunda-feira o corpo de um policial em Kinshasa, capital do país. Milhares de ativistas sairam às ruas enquanto acusam Kabila de atrasar as eleições para estender o seu mandato. Segundo testemunhas, a polícia reagiu aos manifestantes, que bloquearam ruas e queimaram pneus, com tiros.
O mandato de Kabila como líder da República Democrática do Congo expira em dezembro e ele não poderá tentar a reeleição. O presidente assumiu o poder em 2001, após seu pai ter sido assassinado, e, desde então, já venceu duas eleições.
Mas a oposição diz que ele planeja permanecer no poder. A suspeita foi reforçada no sábado, quando o poder eleitoral decidiu requerer formalmente o adiamento das eleições presidenciais. O argumento da comissão é que uma revisão da lista de eleitores é necessária e deverá durar até, pelo menos, o próximo mês de julho.
Os protestos desta segunda-feira começaram antes de uma marcha planejada para pressionar pela resignação de Kabila. Desde o ano passado, dezenas de pessoas morreram e outras ficaram feridas em manifestações similares no país.
Na semana passada, o governo realizou conversas para estabelecer um novo calendário eleitoral. A maioria dos partidos de oposição boicotaram as negociações e rejeitaram a proposta de adiar as eleições presidenciais até o fim de 2018.
Desde que se tornou independente da Bélgica em 1960, o Congo nunca teve uma transição de poder pacífica.