BRASÍLIA – Em pronunciamento transmitido no Facebook, o deputado Marco Maia (PT-RS) disse que estava “indignado” com a ação da Polícia Federal, a pedido do Ministério Público e autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), e negou as acusações. Maia disse que “estranhava” o fato de esse inquérito estar ocorrendo e criticou o que chamou de “ações pirotécnicas”, alegando que não foi chamado a depor e acusou o ex-senador Delcídio Amaral de ter mentido na delação que fez dentro da Lava-Jato.
O deputado gaúcho admitiu que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) ocorreu num momento eleitoral, o que gerou “vícios e debates”, mas disse que seu parecer na época foi técnico e que Delcídio, na época, pressionou para que Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, fosse preservado nas investigações.
Maia disse que, dos dez depoimento, apenas Delcídio teria citado seu nome.
? Delcídio do Amaral é um grande mentiroso, sem caráter e que trouxe o meu nome por causa de mágoas. Ele me pediu, na época, para proteger o Nestor Cerveró e eu disse, com firmeza, que isso não era possível. Não fiz acordo com absolutamente ninguém. São mentiras deslavadas. O ex-senador Delcídio mente na sua delação premiada. Tentam fazer de suas delações um instrumento (…) Aqueles que indiciamos lá na CPMI hoje são aqueles que acusam. O MP e PF acabam entrando nesse jogo, nessa manipulação que é produzida por delatores mentirosos. Imagine, se tivesse feito alguma negociada, se teria feito um relatório categórico (como foi) ? disse Marco Maia.
Ele disse que foi surpreendido com a ação da PF em sua residência, em Canoas, onde estava a mulher.
? Essa manhã fui surpreendido por uma ação da PF. Quero aqui primeiramente expressar minha indignação com essa medida, com a forma como ela foi feita, e expressar minha discordância profunda com esse método de buscar informações. Se fazem ações pirotécnicas, que não estão previstas no devido processo legal e que acabam criando constrangimentos. Nunca me coloquei contra ou indisponível para prestar esclarecimentos ? disse ele.
Mas Maia admitiu que a CPMI ocorreu num cenário “tumultuado”.
? Essa denúncia se refere à CPMI, em 2014, que aconteceu de forma muito tumultuada, porque havia uma eleição, então, eivada de vício, de debates políticos, onde se tentou muitas vezes influenciar com a CPI a eleição. Mas diz um trabalho técnico.