BRASÍLIA – Primeiro senador cassado por corrupção, o empresário Luiz Estevão sempre protagonizou histórias polêmicas. Atualmente preso por ter sido condenado no caso do desvio de verbas da obra do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP), Estevão tem um novo objeto decorando o jardim de sua imensa casa no bairro Lago Sul, área nobre de Brasília. Em meio a árvores frondosas, para além da piscina e da varanda onde os pilares da casa de madeira de lei dão ar solene à mansão, está estacionado o jatinho que tem no final de seu prefixo as letras do seu ex-conglomerado empresarial, o Grupo OK. (Clique aqui e receba as newsletters do GLOBO)
O avião PT-POK teve a indisponibilidade decretada pela 12ª Vara Cível da Justiça Federal de São Paulo, depois que o Ministério Público Federal acusou Estevão de fazer uma manobra ilegal para impedir o bloqueio do bem. O caso está em segredo de Justiça no Tribunal Regional Federal da 3ª Região de São Paulo.
Estevão não pode vender o avião, mas é seu depositário. Ou seja, fica sob sua guarda até que a Justiça decida se o bem vai ou não a leilão para pagar eventuais danos ao Erário.
Um funcionário da casa informou que a aeronave chegou ao local há menos de uma semana. Procurado pelo GLOBO, o advogado de Estevão, Marcelo Bessa, declarou não ter informações sobre a aeronave. Em 2011, quando ainda estava em liberdade, o ex-senador foi parado numa blitz dirigindo uma Ferrari sem placa e sem habilitação. Na época, alegou que estava indo para academia e não tinha bolso no short que usava.
O avião do jardim é um modelo Learjet de dois motores e, desde 2010, está com o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) vencido. O bem é propriedade da Partpar, empresa da família de Estevão. Antes de ir para a residência do ex-senador, a aeronave estava estacionada no Aeroporto Internacional de Brasília, onde é preciso pagar taxa pelo estacionamento.
A mesma aeronave faz parte das histórias sobre a boa vida do político que foi um dos mais ricos empresários do Distrito Federal. No fim da década de 1990, não desmentia quem o perguntava se era verdade que usava o jatinho para peripécias sexuais sob o céu de da capital federal. (Colaborou Tatyane Mendes)