RIO ? A polícia da Indonésia recolheu 34 lóris lentos que estavam destinados à venda, como animais de estimação, no Facebook. Os policiais encontraram as espécies criticamente ameaçadas amontoadas em gaiolas, na província Java Ocidental. O único primata venenoso do mundo se tornou popular nos últimos anos graças à proliferação de vídeos no YouTube que os retratam como fofos e pelúcias. Mas o aumento da demanda por lóris lentos como pets está colocando a espécie à beira da extinção.
Caçadores os vendem para comerciantes por $ 3,66, enquanto traficantes podem obter algo em torno de $ 37,90 por cada bichinho, segundo Diki Budiman, diretor-assistente da unidade de polícia responsável pelo caso de Java Ocidental.
O cativeiro por si só é traumático para cada lóris. O fato de estar em uma sala bem iluminada é incômodo para a criatura noturna. Traficantes do animal vão mais longe, cortante seus dentes com alicate, cortadores de fio ou clipers para ser mais fácil e seguro aprisioná-los. O procedimento, além de doloroso, pode ser fatal. Mais da metade morre durante o transporte.
?É um pouco difícil dizer quantos morrem exatamente, mas estimamos que seja em torno de 80%?, contou à BBC News Christine Rattel, do Resgate Internacional de Animais, agora responsável pelos Lóris resgatados. ?Eles podem morrer até por estresse?, acrescentou.
De acordo com as leis na Indonésia, caçar, capturar ou manter lóris como pets é estritamente proibido. Mas a realidade é que eles são vendidos abertamente nos mercados do país, e agora o Facebook tornou os negócios mais fáceis para os comerciantes para estabelecer negócios.
Nesta ocasião, a polícia indonésia conseguiu prender cinco pessoas ? dois supostos caçadores e três comerciantes ? antes dos lóris seguirem para a venda. Por causa de suas ações rápidas, os animais escaparam, relativamente, ilesos; apenas um teve seus dentes cortados. A organização internacional descobriu, posteriormente, que seis deles estavam grávidos.
Mais preocupantes, pelo menos cinco tinham ferimentos de bala de rifle de ar, pelos quais uma das fêmeas grávidas acabou perdendo a visão de um olho.
?O lado bom, neste caso, é que eles haviam sido caçados pouco antes. Eles não passaram muito tempo em cativeiro, e nós provavelmente seremos capazes de libertá-los muito em breve. Só precisamos encontrar um lugar ideal para deixá-los na selva?, disse Rättel.