LONDRES – Enquanto cresce a vantagem do apoio ao Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), nas pesquisas uma nova sondagem divulgada ontem pelo instituto Ipsos mostra que 53% dos entrevistados apoiam a secessão, contra 47% dos que defendem a permanência líderes europeus não escondem o nervosismo com a possibilidade de que o país deixe o bloco. Na semana passada, levantamentos de ORB, ICM e YouGov já davam uma vantagem média de até seis pontos percentuais aos que apoiam o fim do casamento britânico com a comunidade europeia.
Ontem, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, alertou que o Reino Unido perderá privilégios e ficará em desvantagem diante do mercado comum caso saia da UE. Segundo ela, todas as negociações hoje mantidas entre o bloco de 28 membros passariam no futuro a ser feitas entre uma União Europeia a 27 e um Estado exterior. brexit
Há uns dias, disse já o que implicaria uma saída, que tudo o que é relacionado com o mercado comum e com o benefício mútuo do Reino Unido e de todos os outros Estados-membros deixaria de estar disponível para o Reino Unido alertou Merkel. Não consigo imaginar em que isso seria vantajoso.
Na mesma linha, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que a União Europeia permanece forte, mas admitiu que poderá haver um período de grande incerteza sem a presença do Reino Unido.
Não acho que a UE esteja sob risco se o Reino Unido sair, porque vamos continuar com uma política de estreita cooperação na Europa. Mas, se o Reino Unido sair, iria abrir um período de grande incerteza, tanto no país como no bloco e num nível mais global, e isso deve ser evitado.
Imprensa se posiciona
O Fundo Monetário Internacional (FMI), por sua vez, advertiu que a saída do Reino Unido afetaria os mercados e pesaria sobre o crescimento econômico do bloco.
Um voto pela saída da UE abriria caminho a um longo período de grande incerteza, volatilidade nos mercados financeiros e um crescimento mais lento, ao mesmo tempo em que o Reino Unido teria de negociar uma nova relação com o bloco afirmou o porta-voz do FMI, Gerry Rice, que ressaltou que a entidade não quer fazer soar o alarme, mas realizar o seu trabalho de forma neutra e imparcial.
E depois do tabloide The Sun, que se manifestou pela saída, ontem foi a vez de o diário Financial Times e a revista The Economist anunciarem seu apoio à permanência na UE.
Com uma eventual saída, o Reino Unido teria grandes chances de se tornar mais pobre e menos inovador. Politicamente, se tornará menos influente e mais paroquial. Entretanto, caso permaneça, poderá continuar a moldar a União Europeia, até mesmo com relação à polêmica questão da imigração, escreveu a The Economist em editorial.
Com a perspectiva de uma possível saída do do bloco, o futuro de Gibraltar para onde o premier David Cameron viajou ontem também pode voltar a ser discutido.
O que se debate é se o Reino Unido fica na UE ou sai da UE e a campanha deveria ser feita no Reino Unido e não em Gibraltar reclamou o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, cujo país reivindica o território.