Cotidiano

Líder do governo volta a negar atuação de Temer para salvar Cunha

BRASÍLIA – O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), voltou a negar que o presidente interino Michel Temer esteja atuando para evitar a cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Moura afirmou que Temer dá legitimidade à Câmara para a decisão do futuro do presidente afastado da Casa. O presidente interino recebeu na manhã desta quinta-feira líderes do DEM, PSDB, PPS e PSB. Os quatro partidos demonstraram desconfiança com relação a uma ajuda do governo a Cunha.

? Essa questão do deputado Eduardo Cunha cabe ao poder legislativo. Não tem nenhuma ingerência ou atuação do governo nesse sentido. Essa questão está no Conselho de Ética que, nos próximos dias, deverá decidir a situação dele. Posso garantir que não há interferência do governo, já que esse é um assunto que cabe à Câmara ? declarou o líder do governo da Câmara.

Moura se mostrou preocupado quanto a permanência de Waldir Maranhão (PP-MA) na presidência interina da Câmara. Na quarta-feira, sob forte pressão de diversos parlamentares, Maranhão decidiu, após ser pressionado, a não continuar no controle da sessão em que foi votada a aprovação do texto-base que prorroga a DRU até 2023. Era a primeira tentativa de Maranhão de presidir uma votação em plenário após assumir a presidência.

? Ele tentou presidir o plenário e isso gerou uma insatisfação muito grande. Se não fosse a decisão de Maranhão de não presidir, com certeza nós não conseguiríamos avançar nas matérias que estavam previstas para votação de ontem, como as urgências das duas leis de governança e também o segundo turno da PEC da DRU. É uma situação que nos preocupa muito. A gente quer ter um cuidado para que essa situação não contamine o andamento do trabalhos e que a Câmara não volte a viver um estado de paralisia como viveu até o final de abril ? afirmou.

Moura completou dizendo que uma possível saída de Maranhão da presidência depende do resultado do processo do Conselho de Ética sobre Cunha. Enquanto Maranhão estiver no comando, afirmou que vai trabalhar para evitar que as matérias do governo sejam interrompidas na Câmara.

? Nós temos que aguardar a questão do presidente afastado para que isso seja definido. Entendo que com a decisão do Conselho de Ética, qualquer que seja ela, vai se poder ter um caminho a seguir. Até lá, é aguardar o que vão decidir e tentar fazer com que essa situação do presidente interino não nos atrapalhe no andamento da pauta do plenário ? completou Moura.

*Estagiário sob supervisão de Isabel Braga