Cotidiano

Líder do governo no Senado diz que decisão do STF foi razoável, mas deixará sequelas

BRASÍLIA ? O líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) , foi o primeiro a chegar ao plenário para a sessão extraordinária marcada para contar prazos e manter a votação da PEC do teto de gastos para o próximo dia 13. Nunes Ferreira se disse aliviado com uma solução razoável dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela manutenção de Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência da Casa até o fim de seu mandato em 1* de fevereiro, quando tem a eleição de seu sucessor.

? O fato de ter essa questão resolvida de forma razoável é bom, permite que sejam retomadas as votações sem sobressalto. Não que eu duvidasse da postura do senador Jorge Viana, mas hoje o senador Lindbergh Faria me disse que depois da reunião da bancada com o Rui Falcão, ontem, o acordo firmado para votação da PEC do teto não valia mais. O Jorge estava muito pressionado pelo PT ? disse Aloysio Nunes.

O líder do governo admite, entretanto, que será difícil para a população entender o que aconteceu, e que a saída encontrada para a crise institucional entre Legislativo e Judiciário, deixará sequelas.

? Claro que deixa sequelas. Imagina ao cidadão acompanhando isso. Mas foi uma solução razoável. Não havia risco que motivasse o afastamento de Renan porque poderia assumir a presidência da República sendo réu. O que eu queria era que acabasse essa crise sem sentido. Vamos trabalhar ? disse Aloysio Nunes Ferreira.

A sessão de hoje será apenas para contar prazos, e o líder não quer nem ouvir falar na votação do projeto de abuso de autoridade, que tramita em regime de urgência. O líder do Democratas, Ronaldo Caiado (GO), protocolou hoje o requerimento com as assinaturas necessárias para extinguir a urgência do projeto, mas precisa ser aprovado pelo plenário.

? Deus me livre, não quero nem ouvir falar nesse projeto ? diz Aloysio Nunes, tapando os ouvidos.