RIO – O juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas, aceitou nesta sexta-feira a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-governador Sérgio Cabral, o empresário Eike Batista e outras sete pessoas. Essa é a terceira ação penal contra Cabral no âmbito da Lava-Jato. A ex-primeira-dama Adriana Ancelmo também virou ré.
Eike pode pegar pena de até 44 anos caso seja condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Já Cabral foi denunciado duas vezes por corrupção passiva, duas por lavagem de dinheiro e uma por evasão de divisas. Assim, poderia pegar entre 12 e 50 anos de prisão, caso seja condenado por todos os crimes.
Cabral está preso desde a operação Calicute, em novembro do ano passado, e o empresário foi preso no fim de janeiro. Segundo o MPF, Eike é acusado de pagar vantagem indevida a Cabral de US$ 16,5 milhões para que ele atuasse em suas funções de modo a favorecer os interesse privados no Estado do Rio das empresas administradas por ele. Alguns projetos de interesse do Grupo X eram a concessão do estádio do Maracanã, a construção dos Portos do Açu, em São João da Barra, e Sudeste, em Itaguaí.
– Um dos empresários mais poderosos pagou US$ 16,5 milhões ao governador do estado. Isso é crime de corrupção. O senhor Eike Batista tinha diversos interesses no Rio que dependiam do governador do estado. Ele não poderia dar de presente US$ 16,5 milhões ao governador e nem o governador poderia ter aceitado. O crime de corrupção está configurado – afirmou o procurador Leonardo Freitas em entrevista coletiva nesta sexta-feira.
Alguns presos na Eficiência, como Francisco de Assis Neto e Sérgio de Castro de Oliveira, apontados como operadores do esquema, não estão entre os denunciados desta sexta-feira pelo MPF. Indiciados pela PF e levados coercitivamente para depor durante a ação, a ex-mulher de Cabral, Susana Neves, e o irmão do ex-governador, Mauricio Cabral, também não constam entre os nomes divulgados hoje pelo Ministério Público.
– Essa denúncia não esgota o escopo da Operação Eficiência. Outras pessoas ainda podem ser denunciadas no momento oportuno – afirmou o procurador Leonardo Freitas, coordenador da operação Lava-Jato no Rio.
Saibe quem são os réus e os crimes pelos quais cada um responderá:
Corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Sérgio Cabral – ex-governador
Adriana Ancelmo – ex-primeira-dama
Wilson Carlos – ex-secretário de Governo
Carlos Emanuel Miranda – apontado como operador de Cabral
Corrupção ativa e lavagem de dinheiro
Eike Batista – empresário
Flávio Godinho – ex-braço direito de Eike
Lavagem de dinheiro
Luiz Arthur Andrade Correia – empresário
Renato Chebar – doleiro e delator
Marcelo Chebar – doleiro e delator
Evasão de divisas
Sérgio Cabral – ex-governador
Renato Chebar
Marcelo Chebar