WASHINGTON – Depois de um cordial e histórico encontro de transição com o presidente Barack Obama na Casa Branca, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, se reuniu com lideranças do Partido Republicano. Em encontros com o presidente da Câmara, Paul Ryan, e o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, Trump prometeu deixar de lado os confrontos abertos que tivera com a cúpula do partido durante a campanha presidencial e ter boa colaboração com o Congresso.
No Capitólio, Trump e o vice-presidente eleito, Mike Pence, se juntaram a Ryan e McConnell para conhecer melhor as imediações e iniciar discussões sobre a futura relação do Executivo com o Legislativo.
? Faremos coisas absolutamente espetaculares para o povo americano ? disse ele, com sorrisos dos presentes na reunião.
Ryan disse estar “muito empolgado com estas oportunidades para o país”.
? Tivemos uma reunião muito produtiva sobre começar os trabalhos.
As duas casas do Congresso terão maioria republicana, como já vinha acontecendo no governo Obama. Durante a campanha, no entanto, os principais líderes republicanos e Trump trocaram farpas por declarações polêmicas do magnata, que chamou Ryan de ineficaz, fraco e outras críticas duras.
Na quarta-feira, ele permanecera na Trump Tower, em Manhattan. Pence e vários membros de sua equipe de campanha se juntaram a ele para começar a preparar seu governo. Aos 70 anos, Trump será o mais velho presidente a assumir a presidência americana.
Mais cedo, o encontro de Obama e Trump foi marcado por muita cordialidade e disposição dos dois para garantir uma boa transição de poder. Segundo a Casa Branca, a reunião foi calma e sem problemas ? “menos esquisita de o que poderia se esperar”. Enquanto isso, milhares de manifestantes foram às ruas em várias cidades dos Estados Unidos na quarta-feira para protestar contra o republicano, cuja vitória sobre a democrata Hillary Clinton continua provocando uma onda de choque no mundo.
Depois de uma hora e meia de encontro, o presidente disse que espera que o seu futuro sucessor se sinta bem-vindo na Casa Branca. Ele assumirá o governo em 20 de janeiro e, a partir de então, a sua família ocupará a mansão de Washington. Segundo Obama, eles discutiram assuntos de política interna e externa dos EUA.
? Tivemos uma excelente conversa. Fiquei muito encorajado pelo interesse do presidente eleito de trabalhar com minha equipe para lidar com as muitas questões que o país enfrenta. Acredito que seja muito importante para nós, independente de partido ou preferências políticas, nos unirmos ? disse. ? No meio tempo, (a primeira-dama) Michelle teve uma chance de receber a futura primeira-dama e tivemos uma conversa com ela, também, e queremos ter certeza de que eles se sintam bem-vindos enquanto se preparam para fazer a transição.
Em resposta, Trump disse que encontrar o presidente foi uma “honra” e a conversa passou por temas “maravilhosos” e “difíceis” sobre o governo. E ressaltou que espera ter novas reuniões produtivas com o atual chefe da Casa Branca para receber conselhos.
? Estou impaciente para trabalhar com o presidente Obama ? disse o eleito. ? Isto foi para nos conhecermos. Nunca havíamos nos encontrado. Tenho muito respeito por você. Discutimos muitas coisas, algumas maravilhosas, e outras, não. Espero continuar trabalhando junto a você. Foi uma grande honra, senhor presidente.
Obama e Donald Trump se encontram na Casa Branca
Depois do encontro, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que o encontro do atual com o futuro presidente transcorreu bem, sem interferência de assessores. Perguntado sobre o “Obamacare”, plano de saúde federal que Trump disse querer derrubar, e sobre as supostas ameaças judiciais de Trump à rival Hillary Clinton, ele desconversou.
? O tom do presidente eleito deu ao presidente nova segurança. Ele saiu de confiança renovada. ? disse. ? O que eles tentaram fazer foi assegurar a fundação. Podemos dizer pelo menos o encontro foi um pouco menos esquisito de o que poderia se esperar. Eles não tentaram resolver todas as suas diferenças.
Earnest também foi questionado sobre as recentes críticas de Obama a Trump, ainda na campanha, chamando-o de “unicamente desqualificado”.
? A visão dele não mudou. Mas é hora de focar na transição ? minimizou Earnest, dizendo que o presidente não compartilha a visão de manifestantes que vêm tomando ruas de grandes cidades: ? Somos democratas e republicanos, mas somos americanos e patriotas antes disso.