RIO – O julgamento do ex-prefeito de Mangaratiba Evandro Bertino Jorge, acusadas de articular e participar de fraudes no município da Costa Verde, começará nesta quarta-feira. Outras 43 pessoas também serão julgadas pelo mesmo motivo na ação movida pelo Ministério Público Estadual (MP-RJ). Segundo o órgão, eles são suspeitos de fraudar licitações, falsificar documentos e coagir testemunhas, incluindo jornalistas.
Evandro Capixaba, como é conhecido, foi preso em casa, bairro Ilha Jardim, em abril de 2015, após ser investigado durante um ano. Ele teve seu mandato cassado pela Câmara Municipal e foi afastado do cargo em junho. Ele também foi denunciado por atos de improbidade administrativa.
De acordo com o MP, o ex-prefeito era o grande articulador do esquema de montagem dos procedimentos licitatórios com competitividade fraudada. As fraudes em contratações realizadas pela prefeitura foram nos anos de 2011 e 2012. Foram analisados cerca de 40 contratos. Capixaba é suspeito de desviar pelo menos R$ 60 milhões dos cofres de Mangaratiba.
Segundo a investigação, os vencedores já eram definidos antes de os pregões acontecerem. Em uma das concorrências, o MP verificou o desvio de R$ 590 mil dos cofres públicos na compra de sacos de lixo que sequer foram entregues.
Após a prisão de Capixaba, a Justiça determinou o bloqueio de bens e o afastamento do ex-prefeito. Os secretários de Comunicação, Roberto dos Santos, e de Segurança e Ordem Pública, Sidnei Ferreira, também foram presos.
Testemunhas da investigação que levou o prefeito afastado de Mangaratiba, Evandro Capixaba (PSD), à prisão afirmaram que o grupo envolvido no suposto esquema de fraude em licitações do município planejou o assassinato de um jornalista que apurava as denúncias e do vice-prefeito, Ruy Tavares Quintanilha, do mesmo partido. Ex-aliado político do prefeito, Ruy assumiu o cargo na sexta-feira, após a Justiça determinar o afastamento de Capixaba.