RIO- Tema prioritário em qualquer discussão sobre política pública, a Educação é alvo da atenção de boa parte da sociedade. Nesse sentido, para qualificar o debate em torno do assunto e consequentemente produzir informações relevantes na área, um grupo de comunicadores lançou nesta quinta-feira a Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca), durante o 11º Congresso da Associação Brasileira de Jornalistas Investigativos (Abraji), em São Paulo. educação
A ideia surgiu após a constatação de que boa parte da cobertura sobre Educação muitas vezes é feita por repórteres pouco experientes na área, que necessitam de melhor treinamento. Além disso, a Jeduca também tem a intenção de conquistar mais espaço na imprensa para matérias sobre o setor. O site da instituição traz textos para auxiliar os jornalistas e, em breve, terá uma agenda de fontes para serem consultadas em reportagens.
– Há tempos algumas pessoas isoladamente já discutiam a necessidade de preparar melhor o jornalista de Educação. Sabemos que nas redações é muito comum um repórter mais experiente sair e a cobertura fica órfã, ou na mão de um jornalista novato com pouca experiência. Em algumas redações sequer existe o profissional que cobre Educação. Queremos contribuir para melhorar a qualidade da cobertura colocando esses profissionais em rede – afirma o colunista do GLOBO e presidente da Jeduca, Antônio Gois.
Além da promover cursos para os jornalistas, a Jeduca disponibiliza gratuitamente um “Editor público” para qualquer repórter do país que precise de orientação sobre uma pauta relacionada ao tema. A instituição também irá atuar na defesa de jornalistas que eventualmente tenham sua prática profissional dificultada.
– Teremos um posicionamento quando o jornalista estiver sob risco ou, por exemplo, quando o governo não libera com antecedência dados educacionais de interesse público, ou não facilita o acesso a escolas. Vamos atuar pressionando os governos nesse sentido- explica Gois, acrescentando que a Jeduca não irá se posicionar a respeito de polêmicas e encampar bandeiras: – Não é uma associação de militância no campo educacional no sentido de defender bandeiras. É uma associação que nasce para qualificar o trabalho, ou seja, se há uma polêmica, nossa contribuição será treinar o repórter para cobri-la e não para se posicionar em relação a ela.
As inscrições para fazer parte da rede de comunicação entre os jornalistas do ramo podem ser feitas no site da associação. É permitida a participação de jornalistas, professores de jornalismo e estudantes da carreira.