RIO – Quase dois anos depois de anunciado, o acordo entre Vale e Mitsui que prevê a venda de parte do projeto de carvão da mineradora brasileira em Moçambique foi ratificado e teve termos alterados. Pelos novos termos, a Mitsui aportará US$ 768 milhões no projeto, incluindo a compra de 15% da mina de carvão de Moatize, uma parcela da infraestrutura de escoamento de produção e uma linha de crédito para o empreendimento. O acordo foi aprovado nos conselhos de administração de ambas as compahias nesta quinta-feira.
Com o acordo, a Vale renova a parceria com o grupo japonês, que já é sócio da mineradora, dando fôlego para o projeto de carvão, num momento em que a empresa busca dividir investimentos para evitar o crescimento de sua dívida.
A Mitsui pagará US$ 255 milhões por 15% na mina, além de US$ 348 milhões por metade da parcela da Vale na infraestrutura de escoamento da produção, o chamado Corredor Nacala, que inclui ferrovia e porto. A Vale tem 70% do corredor logístico, que cruza o Malawi. Os japoneses contribuirão ainda com US$ 165 milhões em crédito para o projeto, totalizando US$ 768 milhões.
O pagamento pela participação da mina pode chegar a US$ 450 milhões, dependendo de indicadores de desempenho, o que elevaria o aporte da Mitsui para US$ 963 milhões. ?Poderá haver pagamento adicional ao longo de determinado período dependendo de certas condições, entre elas a performance da mina?, disse o presidente da Vale, Murilo Ferreira, em vídeo divulgado pela empresa.
Quando o acordo foi anunciado em 2014, o valor de US$ 450 milhões era o ponto de partida, para um eventual desconto ou acréscimo no pagamento, condicionado a metas operacionais. Paralelamente, a Vale negocia com instituições financeiras empréstimos da ordem de US$ 2,7 bilhões para o projeto. Segundo Ferreira, as negociaçõs estão adiantadas.